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Maioria das vítimas de feminicídio são solteiras de 18 e 24 anos no Rio Grande do Sul

Foto: PRF
Foto: PRF

A Polícia Civil divulgou dados de mortes violentas
com vítimas do sexo feminino ocorridas no Rio Grande do Sul em 2022. A pesquisa
mostra que 106 mulheres foram vítimas deste crime em todo o Estado. Conforme os dados, o aumento pontua 10,4% em mortes em relação com o ano anterior.

A proporção de feminicídios em comparação aos homicídios
de mulheres em 2022 foi o maior desde 2018, atingindo a marca de 68,8% em
análise com últimos anos. Os dados mostram que a cada quatro dias, uma mulher foi
vítima de feminicídio no Estado ao longo dos 12 meses, são 69 cidades que ocorreram este tipo
de crime com prevalência na Região Metropolitana de Porto Alegre, somente na capital,
10 mulheres morreram.

Na Região Sudeste, sete feminicídios consumados
foram registrados, entre eles dois casos ocorreram em Rio Grande, seguidos das
cidades de Canguçu, Capão do Leão, Jaguarão, Pelotas e São Lourenço do Sul.
Camaquã não consta nos dados.

Contudo, do total de 106 vítimas de feminicídios
registrados no ano passado no Rio Grande do Sul, mais de 80% delas não possuíam
medidas protetivas vigentes na data do crime, revelou o mapa. Metade não
possuía nem registro de ocorrência policial anterior ao fato. Apesar de
apresentar um aumento no número de feminicídios em comparação ao ano anterior,
positivamente 2022 foi o período com menos mortes de mulheres em decorrência de
outros crimes – quando a vítima não morreu por ser mulher.

Com idades variadas, a maioria das vítimas tem
entre 18 e 24 anos ou está na faixa dos 40 a 44. São solteiras (65,1%), brancas
(83%) e com apenas o ensino fundamental completo (52,8%). O mapa ainda revela
que das 106 vítimas, 89 eram mães e 43 possuíam filhos com o próprio agressor –
3, inclusive, estavam grávidas na ocasião do crime.

Já quanto aos agressores, a maioria tem entre 25
e 29 anos ou está na faixa dos 45 a 49, solteiros (68,9%), brancos (80,2%) e
com apenas o ensino fundamental completo (57,5%). A maioria, 98,1%, é de
homens, sendo que 84% desses têm antecedentes policiais – 67% por violência
doméstica e familiar. A situação deles varia: enquanto que 68,9% foram presos,
20,8% tiraram as próprias vidas após executarem suas vítimas.

A Polícia Civil tem trabalhado para diminuir a taxa de feminicídios. Uma das principais apostas foi a criação de mais nove Sala das Margaridas ao longo do ano. Especializadas no acolhimento de vítimas de violência doméstica, familiar e de gênero por meio de um espaço amplo, reservado e equipado com o melhor recurso disponível – policiais capacitados para o atendimento à vítima –, a Sala das Margaridas é hoje uma das principais políticas públicas da Instituição pelo fim da violência contra a mulher. Em todo o Estado já são 59 dessas unidades, Camaquã possui uma unidade.

Outros dados:
Ainda segundo o Mapa da Violência 2022, em 94,2%
dos casos o autor foi companheiro ou ex-companheiro da vítima e em 3,7% havia
algum parentesco entre eles. Na maioria dos casos, 72,6%, a residência da
vítima foi o local do crime e quase 53% deles ocorreram aos fins de semana.

Serviços da Polícia Civil:

Para combater esse tipo de violência, a Polícia
Civil lançou mão de estratégias tecnológicas, como a Delegacia Online da
Mulher. Disponível desde o mês passado, a DOL Mulher é uma página exclusiva
para tratar da violência doméstica e de gênero contra a mulher, hospedada
dentro do site da Delegacia Online. O serviço pode ser acessado 24 horas de
qualquer tipo de dispositivo, como celulares, tablets e computadores.

Fora do virtual também há outras estruturas, como
as 22 Delegacias de Polícia Especializadas no Atendimento à Mulher, as famosas
Deams, espalhadas pelo Estado e que abarcam os serviços necessários para pôr
fim à violência contra a mulher. São órgãos policiais que se dedicam
exclusivamente à investigação e elucidação de crimes contra vítimas do sexo
feminino. Até o fim do ano passado, por exemplo, 81,1% dos inquéritos policiais
em andamento nessas unidades haviam sido remetidos ao Judiciário.

Juntas, Sala das Margaridas, DOL Mulher e Deams
oferecem um dos serviços mais importantes na luta pelo fim desse tipo de crime:
a solicitação de medidas protetivas de urgência. As MPU são mecanismos legais
que quando descumpridos levam o agressor à prisão. O objetivo é proteger a
integridade ou a vida de mulheres em situação de risco, por meio de uma série
de medidas, como o afastamento do homem do lar ou a suspensão da posse ou
restrição do porte de armas.


Foram 154 registros, o menor desde 2018.



Confira o mapa detalhado clicando aqui.