Marina no RS – Após ser questionada sobre a saída de Nísia Trindade da pasta da Saúde , a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, disse que o presidente Lula tem trabalhado para combater os ataques aos direitos das mulheres.
A manifestação ocorreu nesta terça-feira (11/03) durante a Conferência Estadual do Meio Ambiente em Porto Alegre
Em cerimônia durante essa segunda-feira, que marcou a sua despedida do cargo, Nísia afirmou que foi alvo de ataques machistas à frente da pasta.
Ao ser perguntada pela Acústica FM, Marina defendeu Lula e ponderou sobre o perfil do Congresso Nacional
— O presidente Lula tem trabalhado junto com a ministra Cida (Gonçalves, ministra das Mulheres do Brasil), junto com a primeira-dama (Janja), que é muito envolvida nessa agenda, e todos nós, para fazer o combate a essas formas perversas de ataque ao direito das mulheres — disse Marina durante a visita.
— Eu não posso dizer que o Congresso em si é instituição machista, porque eu estaria afetando a todos. Existem aqueles que não têm apreço pelos direitos das mulheres, mas também não têm apreço pelos direitos da população LGBTQIA+, não têm apreço pelo povo preto, não têm apreço pelos indígenas, não têm apreço pelo meio ambiente. Mas eu não posso generalizar. O que nós temos quede trabalhar é combater toda e qualquer forma de discriminação — afirmou Marina.
Marina Silva veio a Porto Alegre nesta terça-feira para participar da 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente. Ao final do evento na Capital, 20 propostas vão ser consolidadas para enfrentar os impactos da mudança do clima.
Em sua manifestação durante o evento, a ministra afirmou que nos últimos 33 anos, depois da ECO-92, Conferência Mundial do Clima realizada no Brasil, que os países não fizeram o dever de casa, e que o alerta foi dado há muitos anos, o primeiro deles ainda em 1896”.
Na conferência, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também reafirmou que é técnica a atuação do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no processo de licenciamento para perfuração do bloco 59, na bacia da Foz do Amazonas.
O presidente Lula fez críticas abertas ao órgão ambiental, acusando o instituto de dificultar o licenciamento que analisa a viabilidade técnica e econômica da exploração, antes de iniciar a produção de petróleo.
A usina termoelétrica de Candiota está desligada desde PRIMEIRO DE janeiro, quando terminou o contrato para a venda de energia ao governo federal.
A ação é uma diretriz do governo, que é a eliminação dos combustíveis fósseis. Questionada sobre o tema, Marina disse que o governo precisa gerar alternativas para geração de emprego e renda
“A população está sendo afetada. Ela é afetada de várias formas. Afetada pelos efeitos indesejáveis da transição e afetada pelos efeitos indesejáveis da mudança do clima. Nós temos que trabalhar para ter alternativas para geração de emprego, geração de renda — disse em entrevista.
É uma nova economia, um plano ousado do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Agricultura de restauração de área degradada para evitar que a gente tenha que avançar mais sobre o Pampa, sobre a Amazônia, o Cerrado e a Caatinga. O esforço de fazer a transição para o fim de combustível fóssil não é uma decisão dessa COP. Agora, o que está se trabalhando é para cumprir o que leva a essa transição” — completou.
A 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente Termina termina nesta quarta-feira e conta com a participação de delegados municipais e autoridades na área, para discutir projetos, principalmente relacionados à mitigação e preparação para desastres.