Search
[adsforwp-group id="156022"]

Médicos podem parar em São Lourenço do Sul

img_9836_foto_1.jpg

Os atendimentos médicos da Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço do Sul podem ficar comprometidos a partir do dia 3 de fevereiro. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) informou sobre a possibilidade de paralisação para a direção do hospital com 30 dias de antecedência e até agora não houve resposta. Médicos estão sem receber salários desde outubro de 2016. Especialidades de anestesia, cirurgia geral, pediatria, área de internação e radiologia devem paralisar atividades caso a negociação não avance. Até na quinta-feira a categoria não teve resposta da casa. O município conta com população estimada em 44.561 e o hospital realiza em média 250 atendimentos diários.

Ao todo são cerca de 50 médicos envolvidos, informa Maria Rita de Assis Brasil, vice-presidente do Simers. Ela explica que o problema vem se arrastando por meses. Em assembleia realizada no município, profissionais consideraram insustentáveis as condições de trabalho e resolveram coletivamente por paralisar. A Santa Casa de Misericórdia de São Lourenço conta com 120 leitos e cerca de 50 médicos em atuação. O hospital atende especialidades como cardiologia, ortopedia e traumatologia, cirurgia geral, ginecologia, radiologia e diagnóstico por imagem, pediatria, pneumologia, gastroenterologia, psiquiatria, nefrologia, anestesiologia, entre outros.

O administrador do hospital, José Ney Pereira Lamas, trabalha com o prazo do dia 3 de fevereiro. Até lá, Lamas pretende buscar por meio de financiamentos ou através de maiores aportes do Governo do Estado. Atualmente, o hospital recebe R$ 800 mil mensais do Estado e R$ 400 mil da prefeitura lourenciana – o equivalente a 82% da receita bruta. A dívida com os médicos ultrapassa R$ 1 milhão. De acordo com Lamas, o Estado deve ao hospital cerca de R$ 900 mil referentes a março, abril e dezembro de 2016. Segundo o administrador, o hospital opera com R$ 600 mil de saldo negativo mês a mês. Caso o impasse não se resolva, ele garantiu que, no mínimo, 30% dos atendimentos serão mantidos.

Titular da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Gabriel Andina disse estar em tratativas com o hospital e a Secretaria Municipal da Saúde. Melhorias no contrato entre hospital e Estado dependem da oferta de serviços da instituição. “O Estado tem um contrato de serviços com o Hospital, se aumentar o rol de serviços oferecidos, podemos aumentar os aportes”, explicou. Frente à pasta da Secretaria Municipal da Saúde e Bem-Estar Social (SMSBes) há 20 dias, Arita Bergmann teve acesso ao contrato entre Estado e Hospital na quinta. Ela manifestou preocupação também na questão da transferência de verbas do Estado, que tem atrasado e dificultado as finanças de hospitais.

Canguçu

A crise na saúde afeta também outra cidades da região. Recentemente o Hospital de Caridade de Canguçu (HCC) ficou paralisado durante oito dias. A greve começou no dia 2 e foi suspensa no dia 10 com a promessa do pagamento dos salários em até 10 dias. Os vencimentos ainda não tinham sido pagos na tarde da quinta-feira. Conforme Régis Silva, diretor administrativo, um contrato com o Estado passa, neste momento, por trâmites burocráticos e verbas devem chegar aos cofres da instituição em breve. “A gente quer botar o dinheiro na conta dos funcionários, mas ainda não temos como”, respondeu Silva, quando perguntado sobre a situação. Os salários de novembro, dezembro e o 13º relativos a 2016 não foram pagos aos funcionários do único hospital da cidade.