O médium baiano Divaldo Franco morreu, na noite desta terça-feira (13), aos 98 anos, em Salvador.



O velório será realizado nesta quarta-feira (14), no Ginásio da Mansão do Caminho, das 9h às 20h, na capital baiana. O enterro de Divaldo Franco será na quinta-feira (15), às 10h, no Cemitério Bosque da Paz, na mesma cidade.
Divaldo Franco
Nascido em 5 de maio de 1927, em Feira de Santana (BA), Divaldo Franco era o mais novo de 13 irmãos. Segundo sua biografia oficial, o médium teve sua primeira experiência espiritual aos 4 anos de idade, quando teria conversado com sua já falecida avó.
Em 1947, fundou seu primeiro centro espírita, o Caminho da Redenção, juntamente com Nilson Pereira de Souza, que morreu em 2013. Os dois fundariam a Mansão do Caminho cinco anos depois.
De acordo com a Mansão do Caminho, Divaldo fez mais de 20 mil conferências, em 2,5 mil cidades de 71 países. Publicou cerca de 260 obras, que venderam mais de 10 milhões de exemplares e foram traduzidas para 17 idiomas.
Primeiros contatos com o Espiritismo
Os primeiros contatos do menino Divaldo com a dimensão espiritual foram dramáticos. Afinal, mesmo um adulto se assustaria ao descobrir que algumas pessoas que vê já desencarnaram, sem contar a discriminação que sofria em razão das visões. E as visões terrivelmente perturbadoras provocadas por maus Espíritos tiravam-lhe o sono. Para piorar a situação, um Espírito obsessor começou a persegui-lo quando ainda tinha cerca de 7 anos de idade. Tratava-se da alma de um religioso que buscava vingança por desentendimentos em uma encarnação passada, mais precisamente no século XVII, quando ambos eram religiosos franceses e Divaldo provocou a interrupção da encarnação de seu perseguidor. Mesmo depois de pedir perdão e mostrar-se arrependido ao saber o motivo do Máscara-de-Ferro, como ele chamava seu “inimigo” que aparecia com o rosto coberto por uma espécie de máscara em chamas, levaria muitos anos até que a animosidade se encerrasse. Tudo acabou graças ao bom coração de Divaldo, já adulto, que acolheu uma criança abandonada em uma lata de lixo, a qual era a reencarnação da mãe da Entidade que o assombrava. Mas por muitos anos o Máscara-de-Ferro fez de tudo para atrapalhar a vida de Divaldo, por sorte, sem obter sucesso.
Outros acontecimentos traumáticos ainda abalariam a infância e adolescência de Divaldo. Um deles foi o suicídio de sua irmã Nair, em 1939, após descobrir que era traída pelo marido. Ela e Divaldo se davam muito bem, e o acontecimento o entristeceu. Mais ainda porque, não muito tempo depois, começou a ver o Espírito da irmã, que sofria bastante pela atitude impensada e sempre aparecia implorando ajuda. Depois de muitos anos, Nair reencarnou como filha de uma mulher bem pobre que recorreu à Mansão do Caminho por não ter como alimentá-la. Nessa nova passagem, com uma saúde frágil, foi acolhida pelo irmão, que cuidou dela até os 9 anos, quando desencarnou mais uma vez.
Cinco anos depois, nova tragédia abalou a família do médium. Desta vez, José, um dos irmãos de Divaldo, muito querido por ele, foi quem teve uma morte traumática, vítima de um aneurisma. No velório de José, Divaldo sentiu que suas pernas haviam “sumido” e acabou sofrendo com uma paralisia que o deixaria de cama por cerca de seis meses. A “cura” (não era nenhuma doença) acabou sendo decisiva para o futuro de Divaldo e do próprio Espiritismo brasileiro.
Depois de recorrer a alguns médicos que não conseguiram diagnosticar a natureza do problema, desesperada, a família aceitou que a médium Ana Ribeiro Borges, conhecida também por Dona Naná, à época bastante famosa e de passagem pela cidade, fosse ver o jovem, por sugestão de Clarice, uma prima de Divaldo. Dona Naná não demorou a identificar o Espírito José, que, perturbado pela morte repentina, prendia-se ao irmão. Então, com orações e toda sua experiência, a médium conseguiu que Divaldo se levantasse e voltasse a caminhar. Mais do que isso, identificou a forte mediunidade do jovem e acabou sendo a responsável por apresentá-lo à Doutrina Espírita.
Levado pela mãe, a conselho de Dona Naná e de um primo chamado Theobaldo, que também era médium, Divaldo pisou pela primeira vez em uma instituição kardequiana, o Centro Espírita Jesus de Nazaré, que se mantém em atividade até os dias atuais. Por influência da Dona Naná, que estreitou laços de amizade com a família de Divaldo, o jovem médium mudou-se para Salvador em 1945. Começava, assim, uma nova etapa de sua vida que, de certo modo, ainda está em andamento.
Fontes: Agência Brasil/Mansão do Caminho