Sete pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul por envolvimento no caso do drone que sobrevoou o Beira-Rio durante a partida entre Internacional e Cruzeiro, no dia 27 de novembro de 2016, pelo Campeonato Brasileiro. A gravação de um vídeo pelo celular, as câmeras de segurança e a biometria do estádio colorado foram fundamentais para a investigação.
A partida foi realizada no dia 27 de novembro de 2016, pela penúltima rodada do Brasileirão. Durante o jogo, um drone com um pano com a letra B pendurado, em alusão ao rebaixamento do Inter para a segunda divisão do campeonato, sobrevoou o estádio. Após a partida, um grupo de colorados depredou uma residência – eles pensaram que a aeronave havia saído de lá, o que não aconteceu.
Sete torcedores foram denunciados. Cinco gremistas devem responder por incitação à violência e manuseio não autorizado de aeronave. Outros dois, que torcem para o Internacional, responderão por prática de ato de violência em ambiente esportivo, dano qualificado e violação a domicílio.
De acordo com a investigação, o drone foi comprado com o dinheiro arrecadado entre torcedores do Grêmio. O titular da Promotoria do Torcedor, Márcio Bressani, descobriu na época o plano para a provocação e enviou mensagens por telefone celular alertando o grupo que a conduta poderia acarretar em crimes previstos no Estatuto do Torcedor e no Código Penal. Mas o grupo não se intimidou.
“Só devem ir aos estádios as pessoas que estão dispostas a uma convivência pacífica. Aqueles que têm outros interesses, ou que pretendem a prática de crimes, os mecanismos de segurança têm nos possibilitado muita chance de identificação, independentemente da condição que se dirijam para o estádio, até mesmo na busca de anonimato”, comentou o promotor.
Tratamento psiquiátrico
Quem acabou atingido diretamente pela ira de alguns colorados foi o professor Cássio Stein Moura, que nada tinha a ver com a confusão – inclusive torce para o Inter. Logo após o jogo, vândalos depredaram o portão e o carro dele e deixaram a família em pânico.
Nove meses depois do episódio, a segurança na casa foi reforçada. Na janela, ainda é possível ver a marca da tijolada que quase acertou a mulher e a filha bebê de Cássio. “Estou sendo medicado, fazendo tratamento psiquiátrico, tomando ansiolítico para tentar melhorar. E não é uma coisa muito simples”, conta o professor.
O Ministério Público tenta identificar mais envolvidos. O drone apreendido deve ser doado à Polícia Civil.