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Moradores de Gravataí recebem panfletos para furar filas de posto de saúde por R$ 35

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Moradores do bairro Bonsucesso, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, ficaram surpresos com panfletos depositados nas caixas de correspondências da região. No papel, o anúncio é de um “serviço” para evitar horas de espera para conseguir consultas médicas com clínico geral ou ginecologia.

Trata-se de um homem que se oferece para guardar lugar na fila e chega a informar um número de telefone para contato. A RBS TV ligou para o celular indicado e foi informada que o custo da ficha era R$ 35, o que garantiria os dois primeiros lugares na fila. Uma segunda pessoa, ligada ao intermediário, ajudaria na reserva da segunda vaga.

“Eu vou (para a fila) de um dia para o outro. Tem gente que às 2h, 3h da manhã, já vai pra fila”, afirma o intermediário.

No local, são comuns reclamações de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre filas nas madrugadas. Pacientes relatam que chegam a aguardar quatro horas até a abertura do posto, às 7h, para tentar conseguir uma ficha.

“De madrugada, a pessoa se arrisca a ser assaltada, por isso acaba pagando para alguém”, diz Ana Cláudia Silva de Castro, que está desempregada e reclama da pouca quantidade de médicos nos postos de saúde da cidade.

A Prefeitura de Gravataí reconhece o problema, mas promete acabar com as filas até o fim do ano, com o sistema de teleagendamento de consultas por telefone. O serviço, segundo o Executivo, já beneficia 60% da rede pública.

“A comunidade não pode se submeter a esse tipo de coisa absolutamente ilegal. Estamos trabalhando para diminuir as filas nos postos de saúde, tanto que implantamos o teleagendamento, já estamos com mais de 30 mil pessoas atendidas e o quadro médico está em torno de 85% completo”, assegura o secretário de Governança Comunitária de Gravataí, Claiton Manfro.

O sistema, no entanto, só funciona para clínico geral, que encaminha o paciente, se for o caso, para um especialista. A espera para esse primeiro atendimento, ainda de acordo com a prefeitura, varia de uma semana a 30 dias.