A reportagem da Rádio Acústica ouviu com
exclusividade o relato de uma das vítimas do homem que foi preso suspeito de abusar de crianças em Camaquã. Segundo a mulher, que hoje tem 36 anos e não reside mais no município, o assédio ocorreu há 30 anos, quando ela tinha cerca de seis anos de idade.
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Conforme o relato da vítima, que já foi ouvida pela Polícia Civil, a proximidade entre as famílias teria facilitado os abusos. “Eu era vizinha e morava ao lado. Era uma relação de muita confiança dos meus pais com a família dele”. Na época dos absusos ela não conseguia entender com
clareza os acontecimentos:
“Quando se tem seis anos de idade, a
gente sabe que aquilo que o tio está fazendo não é legal, mas não temos a dimensão
que aquilo é errado”, pontua.
Emocionada, a vítima afirma que vai em
busca de justiça pelas crianças que foram abusadas recentemente:
“Quando eu fiquei sabendo do que ele fez com
essas duas crianças, eu não pensei antes de testemunhar, para salvar as crianças,
porque ele comete crime de pedofilia há pelo menos 30 anos”.
Ainda de acordo com a vítima, o modo dos absusos são os mesmos daquela época com os casos recentes. O homem teria o costume de tocar nas partes
íntimas das crianças, esfregando sua genitália nas vítimas e pedindo para ser tocado. “Senti medo e
nojo”, detalha a vítima. “Eu não tenho receio da exposição. É ele quem deveria
ter pensado na família antes de cometer os crimes”, afirma.
Relembre o caso:
A reportagem da Rádio Acústica FM
apura os detalhes que envolvem a prisão de um homem apontado pela Polícia Civil
como autor de crimes sexuais contra crianças em Camaquã. Até o momento ao menos
quatro vítimas já foram identificadas e seis pessoas ouvidas pela polícia.
A Polícia Civil não divulgou o nome
do homem preso. Ele seria um aposentado de 65 anos, de família tradicional e
morador do centro de Camaquã. Ele atuou como empresário do ramo agrícola na
região e tem passagem pela polícia por contrabando de agrotóxicos.
O caso veio à tona em 25 de fevereiro
após a prisão do homem, quando tomava sol à beira da praia de Arambaré. A ação
só foi possível após a Polícia Civil tomar conhecimento de dois casos e pedir
pela prisão preventiva em regime de urgência e ser acatada pelo Poder
Judiciário, com parecer do Ministério Público (MP).
Sobre os abusos:
Conforme apurado pela emissora, uma
criança de seis anos teria relatado em 16 de fevereiro aos pais que teria sido
abusada e ameaçada pelo homem, que seria pai de um amigo da família. O crime
teria ocorrido em dezembro de 2022.
Quando tomou conhecimento do crime, a
família procurou outros pais do círculo de amigos próximos e descobriu outra
vítima. Desta vez, uma menina de dez anos. O homem teria tocado as partes
íntimas das crianças e induzido às vítimas a tocá-lo.
A Polícia Civil instaurou um
inquérito policial para cada um dos casos notificados. Após a prisão do homem,
outras duas mulheres já procuraram a polícia e relataram terem sido abusadas
pelo mesmo homem na infância. A polícia não descarta o surgimento de novas
vítimas.
Confira o relato da vítima sobre os
abusos sofridos em Camaquã:
