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Impasse

Municípios da Região Metropolitana querem revisão de valores repassados pelo Programa Assistir

Governo do RS suspendeu os cortes que vinha ocorrendo em 2023, mas gestores da saúde avaliam medida como insuficiente
Foto: Divulgação Hospital de Viamão/ Instituto de Cardiologia
Foto: Divulgação Hospital de Viamão/ Instituto de Cardiologia

Em 2021, o governo do Rio Grande do Sul lançou o Programa Assistir para melhorar a distribuição do financiamento das verbas aos municípios e solucionar problemas históricos na área da saúde. No entanto, após quase dois anos após a implementação, prefeitos da região metropolitana ainda apontam um impacto preocupante na saúde da Capital e das cidades do entorno. 

Neste ano, o Piratini suspendeu os cortes até o final do Ano, mas o Fórum de Saúde da Granpal entende que não é o suficiente, 

“No início de  2022 foram aplicados 17 % de desconto e nós conseguimos sustar esse avanço dos descontos. Foi o que o movimento do Fórum de Saúde da GranPal conseguiu, junto com os prefeitos, que desde o início vêm mais fortemente se mobilizando,  porque envolve  toda a região metropolitana de Porto Alegre, mas isso não é suficiente, salientou a Coordenadora do Fórum de Saúde da Granpal, Ana Boll.

O hospital de Viamão deixou de receber cerca de R$5,1 milhões anualmente, enquanto em Canoas as perdas ultrapassam os R$85 milhões ao ano., além de Montenegro que sofreu impactos no atendimento

“Quando o Assistir foi lançado, Montenegro foi avaliar a manutenção da traumatologia no hospital deles. Os gestores fizeram um levantamento de custo do setor e disseram que não teriam condição de manter a estrutura,  não pactuaram o ingresso no programa, porque tiveram desconto de recursos de orçamentação e fecharam seu serviço de traumatologia. Então todos os oito municípios que mandavam pacientes diretamente para esta casa hospitalar para consultas e procedimentos ficaram no limbo. Não tiveram pra onde mandar, porque com corte de recursos não tem como. E a proposta do Assistir quer que o serviço se mantenha funcionando da mesma forma. Foi esse cálculo que eles fizeram com o  hospital Viamão, cujo contrato é com o Instituto de cardiologia que recebeu o dinheiro do governo, no entanto fechou  maternidade, a saúde mental e a traumatologia lá porque os valores são insuficientes”. 

Ao lançar o programa, o Piratini entendia que o novo modelo trazia critérios técnicos e justos de rateio dos recursos públicos destinados a serviços de saúde ambulatoriais e hospitalares no Rio Grande do Sul. O  governo avalia que a forma como os hospitais eram incentivados antes do Assistir não permitia a equidade e a isonomia. Dois hospitais de porte semelhante, por exemplo, recebiam valores anuais muito diferentes, o que levou a gestão estadual buscar corrigir o que considera uma distorção.  A partir do novo modelo de repasse de recursos,  prefeitos principalmente de cidades mais populosas começaram a contestar a iniciativa,  pedindo a suspensão do programa na justiça, o que foi negado pelo TJ-RS.

Em uma Audiência Pública realizada nesta semana na Assembleia Legislativa, o governo do Estado admitiu que pode rever os valores dos valores repassados do Assistir aos municípios.