Search
[adsforwp-group id="156022"]

Na espera de um lar: detentos cuidam de cães e gatos que estão para adoção em São Paulo

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Um
projeto implantado em agosto de 2019 pela Justiça de São Paulo está gerando
conforto aos reeducandos do regime semiaberto da Penitenciária 1 Dr. Tarcizo
Leonce Pinheiro Cintra, em Tremembé (SP), e para cachorros e gatos abandonados
e abrigados por entidades de proteção aos animais. Eles esperam por uma família
que os adote.

Os
animais vivem em um canil e um gatil e os detentos são responsáveis pela
alimentação, banho, tosa, limpeza e carinho nos bichinhos. Os cuidados são
temporários até que os cães sejam adotados em uma feira, promovida por
Organizações Não Governamentais (ONGs) de cuidado animal responsáveis pelos
pets.

Segundo
a diretora de Trabalho e Educação da Penitenciária 1 de Tremembé, Silvana
Carvalho, nesta unidade há um canil com 64 animais cujos cuidados ficam por
conta de cinco detentos. Já o gatil situa-se em Taubaté e dois sentenciados
tomam conta dele.

Exigências

“Para
trabalhar no canil e no gatil o preso deve ser do regime semiaberto, ter bom
comportamento e demonstrar interesse e habilidade para lidar com os animais.
Três dias de trabalho reduzem a pena e eles [detentos] ganham remuneração de
três quartos de um salário mínimo pago pela prefeitura”, explicou Silvana.

A
ideia foi da juíza Sueli Zeraide de Oliveira Armani, da 1ª Vara de Execuções
Criminais de Taubaté, Conselho da Comunidade e prefeitura, visando dar ocupação
para os presos ociosos.

“Esse
contato tem resultados tanto para os sentenciados, trazendo afeto que eles não
têm, quanto para os cachorros que também precisam de cuidados e carinho. É uma
troca que gera para o detento mais calma, outra visão das coisas e mudança de
comportamento no coletivo dentro do pavilhão. É uma terapia para quem está no
processo de ressocialização”, explicou.

Para
a Claudia Segalla, integrante do Conselho da Comunidade, a ideia visa a
integração dos animais com os presos, o que deu certo porque, por meio do amor
natural dos animais, é estabelecida uma comunhão com aqueles que estão privados
de liberdade, havendo uma integração entre eles.

“Esse
projeto é maravilhoso, porque atende dois excluídos pela sociedade. No caso dos
presos, muitos deles podem ser reeducados e reintegrados, e esse projeto
colabora com isso”, afirmou.

Convívio

Segundo
Claudia, além disso, outro ponto positivo é o aprendizado adquirido com essa
atividade, porque ao voltarem para o convívio na sociedade, os detentos podem
até montar um negócio, porque, ao serem selecionados para o trabalho, passam
por treinamento e cursos de cuidados com os animais. “Eles fazem curso de banho
e tosa, por exemplo, o que os ajuda a trabalhar em qualquer lugar”, explicou.

Ela
destacou que o canil é de primeira linha, com baias, local para armazenar
ração, banho e tosa. No gatil foi feito uma espécie de playgroud para os gatos.
“No ano passado o espaço foi aumentado para que os gatos tenham área para tomar
sol”, detalhou.