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Nova paralisação dos caminhoneiros pode ocorrer em setembro

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Uma nova paralisação nacional dos caminhoneiros está prevista para começar no dia 2 de setembro, próxima segunda-feira. Para a semana que vem está marcado o julgamento da constitucionalidade sobre a medida provisória que estabeleceu a política de preços mínimos do transporte rodoviário de cargas no Supremo Tribunal Federal (STF). A medida, lançada após a paralisação de maio de 2018, foi considerada o ponto positivo de retorno do governo às reivindicações da categoria na época.

O julgamento está agendado para o dia 4 de setembro no STF. Se a corte considerar o texto inconstitucional, as negociações que envolvem federações e sindicatos da categoria com o Ministério da Infraestrutura podem esfriar. A ação direta de inconstitucionalidade foi movida por entidades que representam setores da indústria, do agronegócio e de empresas de transporte.

A mobilização é pela aprovação da constitucionalidade da medida, editada pelo governo Michel Temer (MDB) como respostas à greve do ano passado. A partir disso, a negociação que envolve setores da indústria e entidades ligadas aos caminhoneiros devem prosseguir no Ministério de Infraestrutura.

Por dignidade

O diretor do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Cargas do Extremo Sul (Setcesul), Everaldo Born, explica que a orientação é começar a paralisação no dia 2 para, no dia 4, interromper a circulação de todos os caminhões em viagem. Em Pelotas, a concentração deve ser em um posto de combustível no quilômetro 66 da BR-392, no contorno da cidade. O local também concentrou caminhoneiros durante a greve. 

“O piso é um mínimo de dignidade. Eles precisam entender que é uma profissão desgastante. Fica longe da família, de casa. Às vezes é explorado para voltar porque sabem que precisa retornar pra casa. A gente quer um piso mínimo”, destaca Born.

Em maio de 2018 a greve durou cerca de dez dias e as principais reivindicações eram em relação ao preço pago pelo frete e o custo do óleo diesel. No levantamento semanal de preços realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), em Pelotas o custo médio do litro do óleo diesel S10 está em R$ 4,59. As mobilizações são organizadas através de grupos de caminhoneiros no WhatsApp e, conforme Everaldo, ocorrerão em todo o Brasil. “A tabela foi uma conquista, mas está demorando para ir para o papel”, manifesta.

Ele também comentou que dirigentes da Setcesul estão em contato permanente com o Ministério da Infraestrutura e participando ativamente das negociações que envolvem setores da indústria e caminhoneiros. “O governo está bem atuante. Vamos dar um prazo. A gente sabe que não é da noite para o dia. Mas vamos dar um voto de confiança para o governo que está querendo ajudar”, disse, defendendo a postura do governo Bolsonaro.

Rio Grande também deve parar

O diretor sindical também afirma que não é intenção dos caminhoneiros subir o preço do frete, referindo-se a aumento do preço de produtos nas prateleiras de supermercado, exemplifica. “A gente sabe que tem gente ganhando em cima de nós. A gente precisa de valorização”, defende.

Em Rio Grande também está prevista uma mobilização. O vice-presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Rio Grande (Sindicam-RG), Flávio Gilnei da Rosa, explica que o sindicato trata com a Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul (Fecam-RS) como será o movimento ne cidade. “Provavelmente nos reuniremos em alguns pontos importantes, mas ainda estamos em tratativas com a federação”, adianta.