Search
[adsforwp-group id="156022"]

Nove artistas de Camaquã são contemplados em projeto cultural do Estado

img_42417_foto_1.jpg

Nove artistas de Camaquã foram contemplados no edital Prêmio Trajetórias Culturais – Mestra Sirley Amaro, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Sedac) através da Lei Aldir Blanc. Representando diversas áreas da cultura, os artistas concorreram com 12 mil inscritos e 1500 contemplados.

> Receba todas as notícias da Acústica no seu WhatsApp tocando aqui!

O edital Trajetórias Culturais promovia o desenvolvimento de documentários sobre a carreira dos profissionais. O desafio era contar a histórias de quem faz a cultura e melhora a vida da sociedade, garantindo a memória, as tradições, a diversidade popular, a cultura viva e o desenvolvimento artístico cultural do Rio Grande do Sul.

O prêmio contemplava segmentos culturais do audiovisual, artesanato, artes visuais, circo, culturas populares, cultura viva, dança, diversidade linguística, livros, leitura e literatura. Ainda áreas de música, teatro, memória, patrimônio e museus.

O músico Chico Lopes, baterista da banda Doctor Dog, obteve a quinta melhor nota do Estado na categoria música, após apresentar um pequeno documentário sobre a carreira. Além de Chico, Carlos Eduardo de Oliveira Lopes, Fabrício Soares de Medeiros, Ricardo Vidal, Ricardo Cordeiro, Sandra Mara Garcez, Lea Benvenuto Almeida, Solange de Souza, Catulo Fernandes e Guel Fernandes.

 

Confira o material clicando aqui

Lista completa dos contemplados.

Quem foi a Mestra Sirley Amaro?

A Mestra Sirley Amaro, ou a Dona Sirley, como era mais conhecida, nasceu em Pelotas em 12 de janeiro de 1936, descendente de escravizados, carnavalesca e costureira de profissão. Foi educadora ao descobrir a arte de contar histórias, por meio das próprias histórias e dos seus antepassados, na reconstituição dos saberes aprendidos nas vivências cotidianas. Contava histórias dos bailes de carnaval, das costuras, das antigas charqueadas em Pelotas (RS).

Em 2007, recebeu o título de Griô de Tradição Oral por meio da Ação Griô Nacional, do Programa Cultura Viva (Ministério da Cultura). As contações de histórias eram compostas por diversos elementos: a música, a dança, o estandarte, as fotografias, os cartões, as bonecas e os fuxicos produzidos por ela. Eram elementos articuladores nas suas experiências e reflexões para as narrativas da “Vivência griô” que se apoiam na cultura africana e fundamentam a resistência das contações de história na oralidade e nas formas de visibilizar saberes de uma tradição histórica e oral.

Nas suas narrativas a Mestra trazia as formas de resistências, lutas, reivindicações de direitos e a discriminação de gênero, raça e classe com histórias do seu cotidiano desde menina, passando pela mocidade e a vida de casada. Dona Sirley envolvia seus convidados na contação, convidando-os a encenar algumas histórias. Ela também não cantava sozinha e nessa interação com a griô os ouvintes vivenciavam e sentiam as histórias. Alegrias, tristezas, combinações, sentimentos ganhavam vida através das contações, da dança e do canto entre a Mestra e a relação que se estabelecia com os ouvintes.

Sirley Amaro por onde passou cativou muitas pessoas com suas histórias, músicas, versos e brincadeiras. Foi a memória viva da história do povo negro de Pelotas.