O número de empregos no setor de energia solar térmica deve
crescer 22% em 2022. É o que prevê a Associação Brasileira de Energia Solar
Térmica (Abrasol). Atualmente, o ramo emprega 42 mil trabalhadores direta e
indiretamente. Desses, 6 mil foram admitidos em 2021 devido ao aumento da
demanda.
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Segundo o presidente da Abrasol, Luiz Antônio dos Santos
Pinto, este ano, o setor deve crescer em torno de 30%. “Para suprir esse
aumento de produção e de instalação, nós vamos precisar de mais pessoas
produzindo. O nosso fornecedor de matéria-prima, que nos fornece mais, com
certeza vai gerar mais emprego. A indústria de fabricação precisa contratar
para poder atender esse aumento de produção. E também instaladores, projetistas;
tudo está envolvido.”
Ainda de acordo com a Abrasol, no ano passado, foram
comercializados 201.398 reservatórios de água utilizados na produção de energia
solar térmica, um aumento de 18,1% na comparação com 2020. Já o volume de
produção de coletores solares térmicos somou 1,81 milhão de metros quadrados em
2021, 28% a mais que em 2020.
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O professor de Engenharia Elétrica da Universidade de
Brasília (UnB), Ivan Camargo, defende que a energia solar térmica seja cada vez
mais utilizada para racionalizar o consumo de energia elétrica, em um país
tropical como o Brasil.
“Muita gente, assim como eu, considera um desperdício usar
energia elétrica para esquentar água. Portanto, usar a energia térmica solar,
em um país como o nosso, que tem muito sol e muito calor, é uma forma de
racionalizar o uso da energia. Isso de certa forma explica esse crescimento do
uso da energia térmica no nosso país.”
Diferentemente da energia solar fotovoltaica, que gera
eletricidade a partir dos raios solares, a energia solar térmica utiliza o
calor do sol para aquecer a água dos edifícios residenciais, comerciais e
industriais. Por isso, ela não depende da rede elétrica.
“As pessoas vão tomar banho à tarde e à noite, mesmo dentro
do horário de ponta, e não vai impactar em nada na rede elétrica. Então, essa é
a grande vantagem para economizar energia”, explica o presidente da Abrasol.
O brasiliense Maikon Lucas de Oliveira instalou um aquecedor
solar na piscina da chácara da família. Ele explica que a escolha do
equipamento levou em conta a economia de energia.
“Como é chácara, tem muito uso de energia com bomba de poço,
chuveiro elétrico, geladeira. E o aquecimento elétrico poderia ser um aumento
de despesa. Então, por um lado econômico, optamos por colocar o aquecimento
solar.”
Capacitação de profissionais
Para atender ao aumento da produção de energia solar
térmica, o presidente da Abrasol recomenda capacitar a mão de obra do
setor.
“O aquecedor solar é um produto técnico. Não é um
eletrodoméstico que pluga na tomada e põe para funcionar. Existe todo um
conhecimento, desde o dimensionamento, projeto, instalação e manutenção. Então,
o profissional que vai fazer essa instalação precisa observar muitos dados. Os
coletores solares térmicos e o reservatório térmico solar precisam estar em determinadas
posições, para poder ter um melhor desempenho, principalmente no inverno.
Alinhamento de tubulação, isolamento térmico, tudo isso afeta a eficiência do
produto”, explica.
O professor Ivan Camargo também recomenda a capacitação de
profissionais para aumentar o aproveitamento de energia solar térmica no
Brasil. “Como é uma área muito pequena, é preciso de novos profissionais,
pessoas treinadas, para expandir esse mercado”.
Para dar apoio aos trabalhadores e empresas do setor solar
térmico, a Abrasol disponibiliza o programa de treinamento Certificasol. Por
meio digital, são oferecidos cursos de gestão financeira, gestão de vendas
técnicas, instalação de sistemas de aquecimento solar e sistemas de aquecimento
solar de água para processos industriais. Interessados, podem acessar o site do
programa.
Texto: Paloma Custódio | Brasil 61