Cidade do Panamá (Panamá) – A abertura da 10ª Conferência das Partes para o Controle do Tabaco (COP-10) ocorreu sem a participação de parte da delegação brasileira no evento. A comitiva que representa os trabalhadores, produtores, indústria e os deputados estaduais e federais que defendem a cadeia produtiva ficaram de fora do Centro de Convenções do Panamá. A situação desagrada a representação que tentará a via diplomática para mudar o tratamento à delegação nacional.
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Conforme o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Alimentação de Santa Cruz do Sul e Região (NOVO STIFA), Gualter Baptista Júnior, na última COP presencial, ocorrida em 2018, em Genebra, na Suíça, a representação dos trabalhadores teve acesso ao plenário:
“Eu estive dentro do plenário, acompanhando e me manifestando por escrito. Tivemos este privilégio, diferentemente dos políticos e da própria imprensa. O governo brasileiro traz, como signatário da Convenção-Quadro, um posicionamento de cada vez mais cercear a produção do tabaco. Nós, mesmo com credenciais negadas, não podemos sair da defesa deste setor. Se não estivéssemos aqui, muito mais restrições poderiam ser aprovadas”, justifica o dirigente que é também presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo).
Baptista Júnior pontua que, ao ser signatário da Convenção-Quadro, desde 2005, o Brasil retrocede, especialmente por ter uma vocação na produção do tabaco, que uma atividade centenária responsável pelo desenvolvimento de toda a região, que faz parte da cultura e da organização econômica dos municípios:
“O Brasil perde participando desta convenção. Nosso país é um grande player mundial de tabaco, no qual toda a região Sul é envolvida nesta atividade. Por isso que o Brasil só perde ao ter, politicamente, assinado esta convenção ou estando presente a esta discussão. Meia dúzia de pessoas querem inviabilizar esta produção em detrimento de milhares”, complementa.
No fim da tarde desta segunda-feira, 5, a comitiva de lideranças brasileiras reúne-se para alinhar uma visita diplomática ao embaixador do Brasil no Panamá, Carlos Henrique Moojen de Abreu e Silva. A ideia é utilizar a embaixada e a relação diplomática do Brasil com o Panamá para tentar chancelar a participação da comitiva que representa a produção e industrialização do tabaco no país.