Uma operação da Polícia Civil prendeu 32 pessoas relacionadas ao chamado golpe dos nudes na manhã desta quinta-feira, em sete cidades do Rio Grande do Sul. A Operação é coordenada pela delegacia de Esteio, que desde o ano passado já realizou três grandes operações contra esse tipo de crime. Dos 32 presos, 25 estavam atuando fora dos sistema prisional.
Os criminosos fazem parte de uma grande facção que atua no Vale dos Sinos, eles seriam liderados por apenados que fizeram vítimas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, há suspeita de atuação dos criminosos em outros estados.
Chamada de Operação x-con lll, foi realizada em sete cidades: Esteio, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Porto Alegre, Xangri-lá e Lajeado. Ao todo, 250 policiais civis participaram da operação. A investigação está em andamento há cerca de um ano e, somente em três meses, período acompanhado pelos policiais, os investigados movimentaram cerca de R$ 2,5 milhões de reais. Segundo a delegada este valor pode ser bem maior conforme o aprofundamento das investigações.
Os indivíduos seriam familiares, amigos e pessoas conhecidas dos apenados. E se passavam por adolescentes para a troca dos nudes, após a troca de mensagens entravam os presos se passando por policiais, advogados e até delegados para o crime de extorsão. Os nomes eram de delegados que atuam no estado, o que dificultava para as vítimas poderem fazer a denúncia na delegacia.
Durante as investigações foram identificadas pelo menos três vítimas, somente no Rio Grande do Sul, sendo uma delas residente na cidade de Flores da Cunha. No caso da vítima de Santa Catarina, um empresário de Balneário Camboriú, perdeu mais de 8 mil reais. Neste caso, além da extorsão, houve também ameaças. Para forçar o empresário catarinense a pagar para que as imagens não fossem divulgadas, os criminosos monitoraram a família da vítima. Além de gravar imagens em frente a casa da filha da vítima, um dos criminosos chegou a levar um envelope com as fotos no restaurante na qual o empresário é dono.
Segundo a delegada Luciane Bertoletti, o valor apurado até o momento é de R$ 2,5 milhões de reais – Todos os presos receberam parte do dinheiro do golpe e são coautores deste crime de extorção.
Há suspeita de pelo menos 10 vítimas que estão em investigação não só do Estado de Santa Catarina, mas de outras regiões, principalmente São Paulo — conforme a delegada.