Nesta quarta-feira (11), o Ministério Público (MP) realiza uma nova operação contra a adulteração de produtos lácteos para disfarçar a degradação em uma fábrica da Dielat no município de Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Até o moento, cinco pessoas foram presas nesta ação. Esta é a 13ª fase da Operação Leite Compen$ado.
Segunda o MP, os produtos da empresa têm ampla distribuição no Brasil, com exportação para a Venezuela. A empresa já venceu licitações para o fornecimento de laticínios a escolas e a outros órgãos públicos. Entre as marcas comercializadas no Brasil incluem Mega Lac, Mega Milk, Tentação e Cootall, enquanto na Venezuela os produtos levam o nome de Tigo.
Nesta ação, quatro pessoas foram presas preventivamente, entre elas, um sócio-proprietário da empresa, Antonio Ricardo Colombo Sader; o diretor, Tales Bardo Laurindo; um supervisor, Gustavo Lauck; e um engenheiro químico, Sérgio Alberto Seewald. Uma mulher, que teria dito a funcionários para apagarem possíveis provas, foi presa em flagrante.
Nota Oficial da Gadolando e da Febrac sobre ação de adulteração e Operação Leite Compen$ado
A Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), representante do setor leiteiro e dos criadores da raça Holandesa do Estado, e a Federação Brasileira das Associações dos Criadores de Animais de Raça (Febrac), como representante das associações de animais de raça, manifestam seu profundo pesar diante das recentes denúncias de adulteração de produtos lácteos envolvendo a empresa Dielat, localizada em Taquara. Segundo o Ministério Público, a empresa adicionava soda cáustica e água oxigenada em produtos como leite UHT, leite em pó e compostos lácteos, práticas que representam sérios riscos à saúde pública .
Lamentamos que ainda existam criminosos que comprometem a integridade de um produto tão essencial, fruto do árduo trabalho de nossos produtores. Reafirmamos que o leite gaúcho mantém elevados padrões de qualidade, sustentados pela dedicação e compromisso dos produtores com os consumidores.
É crucial destacar que tais adulterações não têm origem nas propriedades rurais ou nos produtores que cuidam com zelo de suas vacas e de todo o processo produtivo. Trata-se de ações isoladas e criminosas, que fogem completamente à regra. O leite produzido no Rio Grande do Sul é, por padrão, um alimento seguro, confiável e de altíssima qualidade.
Pedimos que a sociedade continue confiando no leite gaúcho e em seus produtores, bem como nas marcas que priorizam a qualidade e a transparência. Ressaltamos que esses casos são pontuais e, felizmente, foram prontamente identificados pelas autoridades, resultando na prisão dos envolvidos.
Por fim, exigimos punições exemplares para os responsáveis por esse crime, que maculam a imagem de um produto tão nobre e essencial. O leite não é apenas um alimento; é o sustento de uma cadeia inteira, que inclui famílias dedicadas, trabalhadores do campo e pequenos produtores. Não aceitaremos que ações criminosas comprometam esse trabalho.
Promotor de Justiça Alcindo Luz Bastos da Silva Filho, da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor fala sobre nova fase da operação