Na manhã desta quarta-feira, 7 de maio, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu preventivamente 15 indivíduos suspeitos de integrarem uma organização criminosa dedicada a invadir contas gov.br para obter dados pessoais de vítimas. O grupo é acusado de aplicar golpes relacionados à venda e transferência de veículos clonados em diversas localidades do estado.
Os detidos enfrentam acusações de estelionato, falsificação de documentos, invasão de dispositivos informáticos, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e lavagem de dinheiro. A operação, que abrangeu 25 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão, foi realizada em cidades como Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Charqueadas, Arroio dos Ratos, além de Florianópolis, São José e Palhoça, em Santa Catarina, e no Rio de Janeiro.
A investigação teve início após uma denúncia de uma vítima em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, que relatou ter sido enganada em um golpe que resultou em um prejuízo de R$ 80 mil. A vítima comprou um carro anunciado na internet e, após efetuar o pagamento, recebeu um documento de Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo (ATPV-e). No entanto, ao tentar registrar o veículo no Departamento Estadual de Trânsito (Detran), descobriu que o automóvel havia sido roubado no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, dias antes.
Durante as investigações, a Polícia Civil identificou que o líder do grupo criminoso, atualmente preso, adquiria veículos roubados ou furtados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Esses veículos eram então repassados a outro grupo responsável pela clonagem e falsificação dos sinais identificadores.
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Bandidos conseguiam invadir contas gov.br
De acordo com o delegado João Vitor Heredia, que lidera a investigação, “uma vez clonado o veículo, os criminosos passavam os dados da nova placa utilizada para a clonagem a um estudante de tecnologia e programação de dados, de 24 anos, no Rio de Janeiro. Ele, por meio de engenharia social, conseguia invadir a conta .gov do proprietário do veículo original e acessar a documentação veicular.”
Com o veículo clonado e os documentos falsificados, os criminosos anunciavam a venda do automóvel em sites de compra e venda, oferecendo preços abaixo do mercado. Utilizando o acesso fraudulento ao gov.br, realizavam a transferência da documentação do veículo original para a nova vítima, que, ao buscar a vistoria no Detran, descobria que o carro era, na verdade, roubado.