O Instituto Desenvolve Pecuária e a Federação Brasileira das
Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) receberam integrantes da
cúpula da segurança pública para um painel sobre crimes rurais. O encontro
ocorreu na sede da Febrac nesta terça-feira, 30 de agosto, e contou com a
presença de produtores rurais que estão na 45ª Expointer.
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Entre os temas debatidos pelos painelistas esteve a
estrutura das Delegacias Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e
Abigeato (Decrabs). Os delegados Vladimir Urach, subchefe da Polícia Civil, e
Nedson Ramos de Oliveira, titular do Departamento de Polícia do Interior,
reafirmaram o compromisso da Polícia Civil em fortalecer as quatro Decrabs já
existentes. Ambos citaram os resultados apresentados no combate aos crimes no
campo com a instalação das unidades. O também delegado e hoje secretário adjunto
de Segurança Pública, Heraldo Guerreiro, lamentou que as penas impostas a quem
compete furto de animais sejam menores do que aquelas aplicadas a quem violenta
animais domésticos. “Lá na propriedade rural há uma violência tão grande ou
maior contra os animais”, lamentou.
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Representando o Ministério Público, o promotor Felipe
Teixeira Neto relatou que foi convidado a presidir o Núcleo de Proteção aos
Direitos das Vítimas. “Faremos um acolhimento diferenciado até para incentivar
o aumento de registros de crimes de menor poder ofensivo”, explicou. Segundo
ele, é preciso envolver toda a cadeia estatal até para promover a
descontinuidade dos crimes, ao se referir a quem recepta e compra o produto do
abigeato.
O Coronel Douglas Soares, subcomandante Geral da Brigada
Militar, apresentou dados recentes da Operação Horus, que tem as áreas rurais e
de fronteira como alvo. “A Horus está com 50 dias e já percebemos uma redução
de 24% a 25% nos crimes de abigeato e furto e roubo a residências”, destacou o
oficial.
A produtora rural e presidente das comissões que tratam dos
crimes rurais tanto no Instituto Desenvolve Pecuária quanto na Febrac, Antonia
Scalzilli, disse que sonha com um “departamento do Agro”. Ela se referiu ao
trabalho de combate aos crimes contra vulneráveis, como as mulheres. “Eu,
enquanto mulher e produtora, estou totalmente vulnerável no campo, sem
telefone, internet e com estradas em péssimas condições”, disse ela.
Os presidentes da Febrac e do Instituto cobraram a ausência
do Judiciário nas discussões. “A Brigada Militar faz um trabalho muito bom. A
Polícia Civil faz um trabalho muito bom. Mas o nosso calcanhar de Aquiles é o
Poder judiciário que não consegue entregar jurisdição adequada e efetiva para o
combate aos crimes rurais”, disse Luis Felipe Barros, presidente do instituto.
João Francisco Bade Wolf, da Febrac, lamentou que mais uma vez não houve a
presença de representantes do Judiciário em discussões sobre o tema. “Nós vamos
ficar completamente realizados quando conseguirmos reunir o judiciário e a
cúpula da segurança”, afirmou. afirmou.
Texto: Ieda
Risco / AgroEffective