Palácio Piratini garante que bloqueio não afetará pagamento das parcelas salariais

Como a cúpula do Palácio Piratini temia, o segundo bloqueio das contas do Estado pela União chegou mais cedo em setembro: após novo atraso no pagamento da dívida, o castigo levou menos de 24 horas para se concretizar. A paralisia, segundo a Secretaria da Fazenda, não afetará o cronograma de pagamento do restante dos salários dos servidores do Poder Executivo.

Prevista em contrato, a sanção foi comunicada pelo Tesouro Nacional na manhã de terça-feira — em agosto, só saiu no dia 11. Em função disso, a Fazenda não poderá fazer nenhuma movimentação financeira até que o governo federal consiga sequestrar o valor da parcela pendente (R$ 265,4 milhões).

Embora o Piratini tenha usado todo o dinheiro disponível em caixa para depositar a primeira parcela das remunerações (R$ 600 por matrícula) na última segunda-feira, o secretário da Fazenda, Giovani Feltes, disse que não há motivos para apreensão.

— O calendário foi elaborado levando em conta o bloqueio. Nos preparamos para isso — afirmou Feltes.

Conforme o secretário, entre os dias 9 e 12 de cada mês ingressa o maior volume de arrecadação do Tesouro estadual. O montante decorre do recolhimento de ICMS e de outros tributos e costuma girar em torno de R$ 750 milhões, sendo que a maior parte da cifra chega até o dia 10.

Com isso, de acordo com Feltes, a União conseguirá captar os R$ 265,4 milhões pendentes, e ainda sobrarão verbas para pagar a segunda parcela dos vencimentos (R$ 800 por matrícula), no dia 11.

Até lá, também deverá ir a votação o projeto que amplia o uso dos depósitos judiciais, que poderá injetar R$ 1 bilhão no caixa. O Piratini não confirma oficialmente, mas está fazendo uma manobra política, nos bastidores, para condicionar o aval à proposta à aprovação do aumento de ICMS.

Ambas as medidas são consideradas fundamentais para amenizar a crise. Declarações dadas na terça-feira pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reforçaram essa convicção. Em audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, em Brasília, Levy indicou que o governo federal não dará socorro ao Piratini.

— Não existe como suspender o bloqueio. Está determinado pela lei — ressaltou o ministro.

Nesta quarta-feira, às 17h30min, o governador José Ivo Sartori irá se reunir, no Supremo Tribunal Federal (STF), com o ministro Marco Aurélio Mello, relator da ação cautelar do Estado que tenta impedir a União de bloquear as contas estaduais. Ele será acompanhado pelos presidentes da Assembleia, Edson Brum, e do Tribunal de Justiça, José Aquino Flôres de Camargo.

Embora Mello tenha afirmado, na última quinta-feira, que”o Judiciário não pode autorizar ninguém a deixar de honrar um compromisso legal”, Camargo acredita que é possível reverter a situação. Ele disse, ontem, que conhece o ministro “há anos” e que Mello é “uma pessoa agradável e de bom trato”.

— A petição está muito bem feita, e os argumentos são consistentes. Tenho esperança de que dê certo — afirmou Camargo.

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