Search
[adsforwp-group id="156022"]

“Parece que tiraram o meu coração fora”, diz mãe que acusa hospital de Gravataí de negligência

img_29484_foto_1.jpg

Uma mãe está acusando um hospital de Gravataí de negligência médica. Jeniffer Gabriela de Lima perdeu seu filho recém nascido após 27 horas de trabalho de parto no Hospital Dom João Becker, em Gravataí.

A mulher, de 22 anos, que baixou no hospital na madrugada de quinta-feira (26), conta que com o passar do tempo, diversos médicos a atenderam. Um dos médicos a examinou e afirmou que seu filho, Theo, estava bem e pronto para nascer. Já o médico seguinte disse que daria outro dilatador para ela.

“Depois desse comecei a sentir mais dor, vomitei, estava com falta de ar. Minha mãe que estava comigo começou a dizer que pagava particular para fazer a cesárea, porque eu tinha entrado pelo SUS. Eles não quiseram”, afirmou Jeniffer ao site G1.

Ainda segundo ela, o médico se recusou a fazer o procedimento de cesárea, pois ela havia dado entrada pelo SUS.

Após 27 horas no hospital, por volta das 3h00 da madrugada de sexta-feira (27), uma equipe entrou no quarto de Jeniffer para examinar o bebê e, após os exames, a levaram as pressas para fazer uma cesárea.

“Foi aí que eles viram que o Théo estava com os batimentos cardíacos mais baixos. Estava em 110, sendo que o normal era 170, 180.

Fui para cirurgia e não me diziam nada. Eu perguntava o que tinha acontecido porque não ouvia meu bebê chorar e não me respondiam. Só quando vi que minha mãe estava desesperada chorando eu entendi.”.

Jeniffer alega que houve negligência médica. Os médicos afirmam que o bebê teve sofrimento fetal.

“Eu tenho todos os exames de toda minha gravidez. Fiz mais exames do que era necessário até. Ele esteve muito bem durante todo o tempo.”, afirmou a mãe do bebê.

A Polícia Civil investiga o caso e já ouviu Jeniffer e seu marido. O próximo passou é ouvir a equipe médica.

Conforme informações preliminares do delegado Márcio Zachello, a equipe médica pode responder por provocação de aborto em terceiro, que é quando interrompe a vida de um feto.

“Nove meses fazendo tudo para ter ele. Roupinha, tudo. Era meu sonho. Só quem perde um filho pra saber, eu não pude nem ir no enterro dele, nem pegar no colo.

Parece que arrancaram um pedaço de mim, que tiraram o meu coração fora, que tenho uma coisa oca no peito.”, lamentou Jeniffer ao G1.

A Santa Casa de Misericórdia emitiu nota oficial sobre o caso:

A Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre informa que, referente ao atendimento prestado à paciente gestante que deu entrada no Hospital Dom João Becker às 1h17min do dia 27/02/2020, todos os protocolos de atendimento assistencial foram prestados de acordo com os estabelecidos pelos órgãos municipal, estadual e federal de saúde. Entretanto, a instituição registra a sua solidariedade com a família neste momento de dor e está à disposição para esclarecimentos junto aos familiares e autoridades competentes.