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Pecuaristas devem gerenciar os riscos com partos e reduzir dor de terneiros

Foto: Divulgação / AgroEffective
Foto: Divulgação / AgroEffective

O Instituto Desenvolve Pecuária realizou mais uma edição do
Prosa de Pecuária, evento virtual que trata de temas relacionados ao setor
pecuário. O assunto abordado nesta terça-feira, 19 de julho, foi
“Revisando partos: O que, como e, principalmente, o porquê fazer”,
com  o professor de Medicina Interna de
Ruminantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Marcelo Cecim. A live
ocorreu no canal de YouTube da entidade.

Marcelo Cecim iniciou sua apresentação falando sobre os
riscos que envolvem os extremos na idade das mães. Segundo ele, vacas velhas ou
muito jovens apresentam risco obstétrico. Ele também afirmou que vacas magras e
gordas também necessitam de atenção especial. “Os veterinários, hoje, trabalham
com gestão de saúde e neste caso, gestão de riscos”, garantiu o professor.

Com relação a idade das vacas, Cecim detalhou que a vaca
velha está mais sujeita a cansar durante parto. Já as novilhas, emprenhadas com
15 meses, vão parir com 24 meses. “Nesta idade, elas estão na época da muda
dentária, o que significa ter que produzir leite sem pastar”, explicou.  Já no que se refere ao peso, o professor
relatou que vacas muito gordas, novas, como as de 24 meses, têm mais chance de
depositar gordura na cavidade pélvica, reduzindo o espaço para o terneiro sair.
“Não podemos engordar ou emagrecer uma vaca no último mês, antes de
parir”, concluiu.

Quanto ao momento do parto, o professor da UFSM lembrou da
sabedoria popular que descreve o período de lua nova como o “puxador de parto”.
“A vaca pode ter uma gestação de 9 meses e 10 dias, mas a lua nova pode
antecipar de 3 a 4 dias o parto, pela minha experiência”, disse Cecim. Ele
também afirmou que machos e gêmeos podem nascer antes do previsto. “Mas, a hora
de parir quem escolhe é a vaca”, concluiu.

Depois de listar elementos que levarão o produtor a perceber
que o momento do nascimento está chegando, o professor destacou a importância
de interagir com o animal o menos possível e reduzir o estresse por manejo. “A
mãe vai procurar um lugar tranquilo e abrigado para ter o bezerro,
principalmente durante o dia e vai ficar ali entre 2 a 3 dias, quando inicia o
pastejo, se afastando da cria”, explicou. Segundo Cecim, ter cães por perto ou
interagir com a vaca para verificar em que estágio do parto está, pode fazer
com que a vaca interrompa o processo, causando estresse na mãe e no filho.

“É importante que o terneiro trema quando nasce, queime
gordura marrom e atinja 38 graus de temperatura corporal, do contrário, pode
entrar em depressão e não mamar o colostro”, destacou Marcelo Cecim. Um bezerro
que passou por estresse durante o parto pode sentir dores musculares ao nascer
e com isso, não irá apresentar o tremor e o ciclo que aquecimento não ocorre,
resultando em uma temperatura corporal de 34 graus. “´Nestes casos, ou quando
se vê que ele defecou no útero, é preciso tratar com anti inflamatório para
acabar com a dor e ele tomar o colostro, o melhor antibiótico que há”,
explicou.

O vice-presidente do Instituto Desenvolve Pecuária, Paulo
Costa Ebbsen, ressaltou a importância do tema abordado durante o Prosa de
Pecuária. “O ciclo de parição é uma época de muitas perdas e esta explanação do
professor Marcelo vai nos ajudar a ter um melhor resultado”, destacou.

 

Texto: Ieda
Risco / AgroEffective