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Pesquisa revela principais problemas ocasionados pela pandemia no sistema de saúde gaúcho

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Para 40% dos gaúchos, a demora no atendimento e a falta de estrutura física nas unidades de saúde foram os principais problemas ocasionados pela pandemia de Covid-19 no sistema de saúde do Rio Grande do Sul.

Esse é um dos resultados da pesquisa realizada pelo Cremers em parceria com a Assembleia Legislativa do Estado, divulgada na segunda-feira (2). O levantamento mostra, ainda, que 83,2% dos gaúchos utilizam os serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para 21,6% dos pesquisados, houve agravamento na demora para marcação de consultas. Já para 19%, a superlotação dos hospitais e a falta de leitos foi o principal problema. Realizado pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), que ouviu mil pessoas de 41 cidades gaúchas, a pesquisa deverá embasar a elaboração de estratégias para reduzir os impactos da pandemia no RS.

“O levantamento apresenta subsídios importantes para que possamos, a partir de critérios baseados em evidências científicas, elaborar programas e projetos que revertam o quadro de carências na saúde”, destacou o vice-presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, que representou a autarquia na apresentação dos resultados da pesquisa. O presidente do Conselho, Carlos Isaia Filho, participou do evento de forma on-line.

A pesquisa integra o projeto “O RS Pós-Pandemia”, iniciativa da Assembleia Legislativa que promove debates entre especialistas para discutir pautas relevantes para o estado, como saúde, educação e economia.

O levantamento também revelou que 46,3% dos entrevistados acreditam que, independentemente da pandemia, a falta de médicos é um dos principais problemas da saúde. Para Trindade, essa percepção deve-se à falta de estrutura para o atendimento de qualidade, pois o RS conta com um volume adequado de médicos. “Sem insumos, como medicamentos e equipamentos adequados, os atendimentos não são resolutivos e a percepção dos pacientes é de que o que falta são médicos”, explicou Trindade.

Para o vice-presidente do Cremers, a melhoria do atendimento passa também pela qualificação da formação dos médicos. Estudo do Conselho Federal de Medicina mostra que 79% das faculdades de Medicina do RS apresentam deficiências no ensino, descumprindo critérios básicos de qualidade.

Demanda reprimida

Os entrevistados também demonstraram preocupação com a superlotação dos hospitais, apontada como maior problema por 19% das pessoas, e com o volume de procedimentos eletivos reprimidos, citado por 8,8%.

Sobre as ações esperadas dos gestores públicos para qualificar a saúde, as opções mais citadas pelos entrevistados foram melhorar o atendimento por meio da contratação de mais médicos (19,5%) e realizar mutirões para atender a demanda reprimida (15,1%).

Participaram da apresentação dos dados da pesquisa o presidente da AL, deputado Gabriel Souza, a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, a deputada estadual e presidente da Comissão de Saúde da AL, Zilá Breitenbach, e a cientista social e política e diretora do IPO, Elis Radmann.