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Economia

Com impacto das enchentes, PIB do RS cai 0,3% no segundo trimestre de 2024

Dados relativos ao PIB de abril, maio e junho foram divulgados nesta terça-feira pelo Governo do estado
PIB cai 0,3% no RS. Foto: Airton Lemos

O Produto Interno Bruto ( PIB)  Rio Grande do Sul registrou queda de  0,3 % no segundo trimestre de 2024 na comparação com os três meses anteriores. Segundo o governo do estado, o desempenho em alguns segmentos da economia no período entre abril e junho apontou alta nas atividades ligadas à agropecuária (+5,3%), variação de 0,1% nos Serviços e queda de 2,4% na Indústria. No mesmo período, o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrou crescimento de 1,4%.  Na prática, a economia gaúcha ficou estagnada. 

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Os dados foram divulgados, na tarde desta terça-feira (24), pelo Departamento de Economia e Estatística da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). O PIB é a soma dos bens e serviços produzidos no Estado. 

“Este era um PIB muito esperado em função das dúvidas de como o Estado se comportaria após a catástrofe climática. Nós vamos precisar ver os próximos trimestres para entender qual foi o tamanho desse impacto. O que pode ter melhorado o resultado deste trimestre, evitando uma queda maior, foram as políticas públicas adotadas desde o início da tragédia, tanto pela iniciativa privada, como pelo Governo do RS e União. Mas, pelo tamanho da queda, foi uma notícia boa”, destacou a secretária de Planejamento, Danielle Calazans

Na comparação com o mesmo trimestre de 2023, a economia gaúcha cresceu 4,6%, na esteira do desempenho da agropecuária (+34,6%). No mesmo recorte de comparação, o PIB do país avançou de 3,3%.

Nessa análise anual, a indústria teve retração de 1,7%, influenciada pelo desempenho negativo de 6,5% da indústria de transformação, principal ramo do setor. Das 14 principais atividades industriais, 10 apresentaram queda, com destaque para máquinas e equipamentos (-26,3%), produtos químicos (-10,9%) e produtos alimentícios (-5,1%). O ramo de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+37,9%) apresentou um dos melhores resultados na indústria.

Já o setor de serviços apresentou alta de 2,4% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2023. O comércio puxou os números positivos, com alta de 5,1% no trimestre, seguido por serviços de informação (+3,9%). Seis das 10 principais atividades comerciais tiveram desempenho positivo, em especial a de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebida e fumo (+12,1%), móveis e eletrodomésticos (18,8%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (+9,7%).

PIB do RS no semestre

O PIB do Estado acumula crescimento de 5,4% contra 2,9% do Brasil no primeiro semestre do ano. A recuperação da produção agrícola em 2024 após problemas do ano anterior teve destaque nesse movimento. O resultado ocorre em um cenário com crescimento de 43,8% na produção de soja e de 13,6% na de milho e -0,3% na no arroz. No mesmo período, o segmento registrou queda de 2,9% no Brasil. 

Nesta mesma base de comparação de acumulado do ano, a indústria gaúcha cresceu 0,2%, e os serviços, 2,7%.  Nos números acumulados dos últimos quatro trimestres (do 3º tri de 2023 ao 2º tri de 2024), o PIB do Estado anotou alta de 2,6%, enquanto no Brasil cresceu 2,5%.

“As enchentes causaram impactos significativos na economia gaúcha, resultando em quedas expressivas nas produções agropecuária, industrial e de serviços em maio. No entanto, a partir de junho, a produção industrial começou a se recuperar, a construção voltou a crescer, e as vendas no comércio atingiram o maior nível da série, sinalizando um movimento de retomada econômica, ainda que não generalizada para todas as atividades”, avaliou o pesquisador Martinho Lazzari, do DEE, em comunicado.

Prévia do PIB de julho de 2024

Na divulgação do PIB do segundo semestre de 2024 no RS, também foram apresentados alguns indicadores relacionados ao mês de julho, que fazem parte do estudo do terceiro trimestre deste ano. Ainda conforme Martinho Lazzari, os primeiros dados são positivos, com crescimento na Indústria de Transformação (8,4%) e no Comércio Varejista Ampliado (13,6%).

Entre as atividades do Comércio Varejista Ampliado, o destaque está no setor de Móveis, com crescimento de 26,5% e de Materiais de Construção, com aumento de 23,9%. Este aquecimento da economia também é refletido na geração de empregos formais. Em julho, o indicador voltou a ficar positivo, com +6.690 vagas, depois de dois meses no negativo em função da enchente

No final de 2023, a Federasul projetava um PIB de 4,3% ao RS.