O Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou queda de 0,3% no terceiro trimestre de 2024 em relação aos três meses anteriores deste ano. Os números foram apresentados em entrevista coletiva pelo governo do estado nesta quinta-feira.
Na comparação com o mesmo período em 2023, houve crescimento de 4,1%. Em todo o Brasil, o PIB teve crescimento de 0,9% entre julho e setembro de 2024. Já em relação ao mesmo período no ano anterior, a alta foi de 4%.
No Rio Grande do Sul, o terceiro trimestre do ano é o período em que, tradicionalmente, se registra menor impacto das atividades agropecuárias.
O setor aparece com mais fôlego nos dois primeiros trimestres do ano, quando é colhida boa parte das safras dos principais grãos produzidos no Estado. No terceiro trimestre de 2024, a queda da produção rural foi de 30,6% em relação ao trimestre anterior.
“Apesar da queda na margem, causada pela retração da agropecuária típica deste período, o PIB do Estado mostrou sinais de recuperação após os impactos mais severos das enchentes. Tanto a indústria quanto os serviços tiveram crescimento no terceiro trimestre em relação ao segundo, com destaque para os bons resultados da indústria de transformação e do comércio — afirma Martinho Lazzari, pesquisador em economia do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), órgão responsável pela apresentação dos resultados da atividade econômica do Estado.
Questionado se o impacto da estiagem de 2023 foi maior PIB em relação à enchente de 2024, Lazzari disse que no que tange à agropecuária sim, mas no conjunto da economia ainda não é possível mensurar
“A estiagem de 2023 teve um impacto sobre a agropecuária maior que a enchente de de 2024, isso dá para afirmar . Temos exemplos da soja em 2023 em que a produção foi mais impactada do que no ano passado”, destacou.
Na comparação dos resultados do terceiro trimestre de 2024 com o mesmo período de 2023, o PIB gaúcho teve alta de 4,1%. O resultado é fruto do crescimento nos números da agropecuária, com 7,9%, e de serviços, com 4,2%.
A indústria, neste recorte temporal, teve queda de 1,3%.
Em serviços, o comércio apresentou o maior crescimento no trimestre, com variação positiva de 3,9%. Os serviços de informação, com 2,6%, e o setor de transportes, armazenagem e correio, com 2,3%, também registraram alta no período.
O diretor do Departamento de Economia e Estatística (DEE/Seplag-RS, Pedro Zuanazzi afirma que o setor do comércio foi bastante impactado tanto pelos programas sociais do governo federal como do Estado.
“Foram 66 bilhões de Reais de recursos disponibilizados pelo governo federal e o governo estadual já injetados, seja via linha de crédito, seja via auxílios. Isso faz toda essa movimentação no comércio que ajuda na retomada da indústria”, pontuou
Acumulado de 2024 (PIB-RS)
No acumulado do ano, o avanço de 5,2% do PIB do RS em relação ao mesmo período de 2023 foi impulsionado pelo desempenho positivo da Agropecuária (+37,1%) e dos Serviços (+3,2%), enquanto a Indústria teve variação de –0,2%