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Em clima tenso

Plenário do TCE acata decisão do presidente da corte que liberou privatização da Corsan

O placar foi de quatro votos a dois pela validade do despacho de Alexandre Postal, analisado em sessão virtual
Corsan incentiva regularização de clientes inativos da Costa Doce
Corsan incentiva regularização de clientes inativos da Costa Doce. Foto: Divulgação | Corsan

O plenário do Tribunal de Contas do Estado (TCE) acatou nesta quarta-feira a decisão do presidente da Corte, Alexandre Postal, que liberou a assinatura do contrato de venda da Corsan.  Por quatro votos a dois, o colegiado manteve o despacho do Conselheiros 

Votaram a favor da manutenção da decisão os conselheiros Marco Peixoto, Iradir Pietroski, Renato Azeredo e Edson Brum, enquanto os conselheiros Estilac Xavier e Ana Cristina Moraes se manifestaram contra.

Alexandre Postal havia autorizado a assinatura do contrato no início do mês, ao suspender uma medida cautelar que estava sob relatoria da conselheira Ana Cristina Moraes. 

Após o despacho, a conselheira chegou a emitir uma nova cautelar vetando que o negócio fosse selado, mas a liminar também foi derrubada pelo presidente do TCE. Nos dois casos, o conselheiro atendeu pedidos da Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

Em um novo movimento, Postal suspendeu a segunda cautelar na tarde do dia 7 de julho. Menos de duas horas depois, o governador Eduardo Leite assinou o contrato de venda da companhia, em cerimônia no Palácio Piratini. 

Durante a sustentação oral na sessão virtual, representantes do Ministério Público de Contas e da Procuradoria Geral do Estado divergiram sobre a viabilidade jurídica da decisão de Postal. O Procurador Geral do MPC, Geraldo Da Camino, disse que o dispositivo não tem precedentes de utilização no TCE.

Já o procurador Victor Herzer da Silva, representante da PGE,  defendeu a competência de Postal para liberar a conclusão da privatização. Herzer lembrou que o Estado solicitou três vezes à conselheira Ana Moraes a revogação da cautelar, mas os pedidos não foram apreciados. 

O presidente do TCE respondeu às manifestações dos conselheiros Estilac Xavier e Ana Moraes que, na sessão da semana passada, questionaram seu despacho. Ana chegou a descrever a decisão de postal como “dependente e parcial”. Postal  disse que as alegações foram “ofensivas e desrespeitosas”.

Ao final da apreciação da pauta, o clima esquentou, houve um princípio de discussão entre Alexandre Postal e o Conselheiro Estilac Xavier, que depois pediu a palavra e criticou uma fala do governador Eduardo Leite que repercutia durante a tarde desta quarta-feira.

Em vistoria às obras do Instituto de Educação em Porto Alegre, Leite afirmou que a relatora Ana Moraes e Xavier estavam procurando “pelo em ovo” ao apontarem irregularidades na venda da estatal.

” O senhor governador extrapolou, se meteu em seara alheia e, de certa forma, nos coloca em uma situação muito difícil. Tenho mais chão caminhando sobre os problemas da cidade e do Estado do que tem o governador, e não aceito essa colocação dele, que é indevida, agressiva e de exposição, como se estivéssemos aqui ilegitimamente defendendo opiniões. Sustentei minhas opiniões com base no que sei e nos elementos jurídicos que detenho”, declarou Estilac.

O procurador Victor Herzer da Silva pediu a palavra para defender o governador.

“O Governador tem liberdade para suas manifestações, tem a liberdade de expressão, de expressar as opiniões políticas e técnicas dele. E me parece que isso é bastante consolidado, na nossa democracia. Em segundo lugar as entrevistas do governador não estão em discussão” , rebateu Herzer.

Na sessão de terça-feira (18), a Primeira Câmara formou maioria para anular o leilão da Corsan, com os votos dos conselheiros Ana Moraes e Estilac Xavier. No entanto, o julgamento não foi concluído, em razão de pedido de vista do conselheiro Renato Azeredo.

Tags: Corsan, Eduardo Leite, TCE-RS