Em sua manifestação durante uma entrevista coletiva sobre o caso do bolo de Torres, a delegada de polícia Sabrina Deffente relatou que a suspeita, Deise Moura dos Anjos, teria promovido outros envenenamentos de pessoas próximas, até de quem não tinha relação alguma com a família
Além disso, Deise teria buscado convencer a família a encaminhar a cremação do corpo do sogro, Paulo Luiz dos Anjos, que morreu três meses antes da série de envenenamentos. A ideia era cobrir os rastros do próprio crime.
“Não temos dúvida de que ela pesquisou o veneno. Buscou uma receita inodora e chegou em uma composição química que ela tenta montar. Ela faz isso, envenena a família. Morre o sogro e ela busca de todos os modos a cremação do corpo dele. Não conseguindo, ela tenta montar narrativas para encobrir o que aconteceu”, disse a delegada.
Segundo o delegado Marcos Veloso, responsável pela Delegacia de Torres, Deise não conseguiu cremar o corpo do sogro por conta da falta de uma assinatura de um médico
“Essa mulher não só matou quatro pessoas e tentou matar mais três, mas ela também realizou outras tentativas de homicídio”, afirmou.
Sogro também ingeriu veneno
Durante a coletiva, as autoridades presentes confirmaram que Paulo Luiz dos Anjos, sogro da mulher suspeita de ter envenenado um bolo de Natal que matou três pessoas da mesma família, em Torres, no Litoral Norte, também ingeriu arsênico antes de morrer.
Paulo morreu em setembro, depois de consumir bananas e leite em pó, alimentos levados à casa dele, em Arroio do Sal, pela nora Deise Moura dos Anjos, que está presa por suspeita de ter usado a mesma substância para envenenar o bolo de Natal.
Na coletiva, a delegada Sabrina informou que o envenenamento de Paulo ocorreu após a ingestão de leite em Pó
Deise e o marido visitaram Paulo e Zeli em 31 de agosto. Depois de consumir banana e leite em pó, o casal passou mal e foi hospitalizado. Paulo acabou morrendo, com crises de vômito, diarreia e sangramentos estomacais, interpretados na ocasião como sintomas de intoxicação alimentar.
Depois que duas irmãs de Zeli e uma sobrinha morreram ao ingerir o bolo de reis, a polícia passou a suspeitar das circunstâncias da morte de Paulo, que não havia levantado suspeitas e não foi investigada à época. A própria Zeli passou a ser suspeita. A polícia começou a desconfiar de Deise a partir de relatos de testemunhas informando que ela e os sogros tinham uma relação conturbada há 20 anos.