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Polícia Civil apresenta relato dos trabalhos de investigação da Boate Kiss

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A Polícia Civil apresenta um relato dos trabalhos de apuração das causas e dos responsáveis pelo incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, ocorrido em 27 de janeiro passado e que deixou 239 vítimas fatais e centenas de feridos. A investigação do fato, em três etapas, é coordenada pelo titular da Delegacia de Polícia Regional de Santa Maria, delegado Marcelo Mendes Arigony. Outros quatro delegados se somam na coordenação da equipe de policiais que trabalha no caso: Sandro Meinerz, Luiza Sousa, Gabriel Zanella e Marcos Vianna. O inquérito policial possui, até o momento, cerca de 3.250 páginas compiladas em 13 volumes.

Ao tomar conhecimento do incêndio, investigadores, inspetores, escrivães, comissários e delegados se deslocaram até o local. Juntamente com agentes de outras instituições e peritos, deflagraram de imediato as atividades de gerenciamento de crise e o trabalho que definiu a primeira etapa das ações da Polícia Civil: identificação das vítimas e liberação dos corpos. 

Também teve início, no mesmo momento, a tomada de depoimentos de pessoas que tiveram ligação direta com o fato e a análise de documentos referentes ao histórico do local da boate, que são os pontos principais da segunda etapa da investigação. As autoridades policiais solicitaram perícias e começaram a análise de imagens de celulares pertencentes a testemunhas e sobreviventes. 

Após a análise documental de vídeos e fotos e da solicitação de perícias, começou a terceira etapa da investigação, na qual, os policiais começaram a ouvir os agentes responsáveis pela fiscalização e pelo funcionamento da boate Kiss, que é o ponto principal da terceira e última etapa da investigação antes da conclusão do inquérito. 

Segue uma síntese cronológica das ações da Polícia Civil, em uma retrospectiva de um mês do incêndio: 

Primeira semana: 27/01 a 02/02 
Durante a primeira semana, deu-se a instauração do inquérito policial com a identificação dos proprietários da boate, funcionários, músicos, frequentadores e vítimas. O trabalho da polícia, que reuniu cerca de 100 agentes de toda a região, inicialmente concentrou-se em identificar e liberar os corpos para que parentes e amigos pudessem prestar as devidas homenagens póstumas. A tarefa foi concluída em menos de 24 horas. Foram confeccionados mais de 230 autos de reconhecimento, registros de ocorrência das mortes e emissões dos respectivos atestados de óbito. 

Juntamente com esse esforço inicial, foi dado início às investigações com a solicitação de perícias oficiais do Instituto-Geral de Perícias (IGP) e a tomada de depoimentos de testemunhas e sobreviventes. O inquérito policial, apenas na primeira semana, já contava com mais de 80 oitivas realizadas. 

A Polícia Civil solicitou ao Corpo de Bombeiros, Prefeitura Municipal de Santa Maria e Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) todos os documentos referentes ao histórico do prédio da boate Kiss. Também foram realizadas reuniões de trabalho com o Ministério Público, IGP, Brigada Militar e Secretaria de Segurança Pública. 

As autoridades policiais realizaram o pedido de quatro prisões temporárias de pessoas envolvidas diretamente com o fato, que foram decretadas pelo Poder Judiciário. Três foram presos por policiais e um dos investigados se apresentou à polícia. 

Ainda na primeira semana, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão para a obtenção de materiais referentes à investigação. Foi criado, ainda, um endereço de e-mail específico para denúncias que, nas primeiras 48 horas, já contava com mais de 50 envios de informações. Foi realizada uma reconstituição preliminar do fato com cinco pessoas, entre sobreviventes, funcionários e ex-funcionários da boate. 

Segunda semana – 03/02 a 09/02 
A segunda semana desde o começo das investigações foi marcada pela análise das centenas de páginas de documentos enviados pelo Corpo de Bombeiros, Prefeitura Municipal e Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, bem como pela continuação da tomada de depoimentos. 

Nessa semana, a Polícia Civil desenvolveu um programa para auxiliar na identificação de pessoas que estiveram na boate Kiss e sobreviveram ao incêndio. O programa também ajudará a dimensionar a quantidade de pessoas que estava na festa quando o incêndio ocorreu. Até o dia 09/02, mais de 170 pessoas foram ouvidas. 

Terceira semana – 10/02 a 16/02 
A terceira semana de investigação manteve a análise das documentações e também intensificou-se a tomada de depoimentos. A partir daí, a Polícia Civil começou a ouvir os bombeiros que trabalharam no resgate. Até o dia 16/02, cerca de 260 pessoas foram ouvidas. 

Quarta semana – 17/02 a 23/02 
Chegam a Santa Maria dois peritos do Distrito Federal munidos de equipamento especial que realiza uma varredura tridimensional no ambiente e possibilita criar uma maquete virtual do local do incêndio. A partir do dia 18, a Polícia Civil começou a ouvir os agentes públicos responsáveis pelas diversas fiscalizações da boate, desde o início de seu funcionamento até a atual gestão. Foram ouvidos bombeiros, fiscais da prefeitura, secretários e ex-secretários municipais, no que se pode chamar de terceira etapa da investigação, que é fase de apuração de possíveis falhas na fiscalização. Até o dia 23/02, mais de 450 pessoas foram ouvidas.

27 de janeiro – No dia em que a tragédia completou 30 dias, mais de 500 pessoas já foram ouvidas pela Polícia.