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Preocupação

Polícia Civil de Taquara começa a fazer levantamento para averiguar situação em mais de 400 pedreiras no município 

Estratégia ocorre após caso envolvendo trabalhadores que recebiam pedras de crack como pagamento; caso pode parar na justiça federal 
Polícia Civil de Taquara Foto: PC-RS
Polícia Civil de Taquara - Foto: PC-RS

Em parceria com o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Civil de Taquara começou a realizar um levantamento sobre a situação de 400 pedreiras no município. A frente busca colher mais elementos para investigações que já estão em andamento com foco no tráfico de drogas e suspeitas de trabalho semelhante à escravidão no local. A estratégia adotada pelas autoridades ocorre após uma operação que resgatou três  trabalhadores que recebiam o pagamento com drogas em uma pedreira da cidade. 

“O trabalho está  sendo ininterrupto que pode levar algum tempo, mas a ideia é mapear uma a uma das pedreiras, identificando os responsáveis para dar  sequência na investigação ao  tráfico de drogas especialmente e no  pagamento de trabalho com crack”, sublinha o delegado.

O delegado Valeriano Garcia Neto afirma que o inquérito deve ser finalizado em duas semanas e remetido ao poder judiciário e que o caso pode parar na justiça federal.

“Em regra agora, uma vez cumprida prisão preventiva , ele tem que ser remetido ao poder judiciário no prazo de dez dias e é o que que vai acontecer.  Em relação aos indiciamentos serão feitos por tráfico de drogas Associação ao tráfico de drogas e pelo artigo 149 do Código Penal, que trata exatamente do trabalho análogo à escravidão. Há um debate em relação à competência jurisdicional, da justiça comum estadual ou da justiça federal em relação ao julgamento  desse tipo de crime, mas é uma segunda análise que foge da  nossa alçada”.

O caso

Nesta semana, a Polícia Civil descobriu uma pedreira clandestina em que trabalhadores recebiam crack como forma de pagamento em Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

A ação fez parte de uma operação, batizada de “Pó de Pedra”, que começou com investigações e diligências no final do ano passado. Em dezembro, foi efetuada a prisão de uma mulher, flagrada com uma quantidade considerável de drogas; e de um homem, foragido da Justiça.

Na terça-feira passada, a polícia deteve seis dos sete alvos da operação que têm relação direta com a extração, venda e transporte de pedras grés, extraídas em sítios e fazendas na região rural de Taquara. Feitas de argila fina e compactada, elas são muito utilizadas em alicerces e muros.