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Polícia Civil deflagra operação em repressão a crimes de extorsão mediante sequestro no RS

Na madrugada desta sexta-feira (17/3), a Polícia Civil, por meio da 1ª delegacia de Repressão a Roubos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (1ª DR/Deic), deflagrou a Operação Chapatral, que se relaciona a investigação criminal decorrente da prática de crime de extorsão mediante sequestro, fato ocorrido em outubro de 2022, em Porto Alegre.

Foto: Ilustração | Divulgação

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Na ação, um efetivo de mais de 110 de policiais cumpre 22 mandados de busca e apreensão, 5 ordens de prisão preventiva, além de bloqueios de valores em contas bancárias no montante de R$ 200 mil, e cautelares diversas da prisão, nas cidades de Porto Alegre, Esteio, Alvorada, Gravataí, bem como Campo Largo, no Paraná.

A investida conta com apoio da Susepe/RS, para o cumprimento de buscas em estabelecimento prisional em Sapucaia do Sul, bem como o apoio do Centro de Operações Policiais Especiais – COPE, da Policia Civil paranaense.

O caso

A operação está relacionada à investigação criminal decorrente da prática de crime de extorsão mediante sequestro ocorrida em 21/10/2022, em Porto Alegre, ocasião em que dois) homens, irmãos, foram sequestrados e mantidos em cativeiro até a data de 22/10/2022, por volta das 22h, quando foram soltos mediante pagamento de resgate.

Conforme explica o Delegado João Paulo de Abreu, titular da 1ª DR/Deic, ao tomar conhecimento dos fatos, no final da tarde do dia 21 de outubro, a Polícia Civil passou a executar o protocolo operacional e investigativo para a solução de incidentes críticos desta natureza. Infelizmente, houve o pagamento de resgate, circunstância que, por outro lado, foi significativa, para identificação de uma das hipóteses de autoria, ratificada ao longo da investigação.

O arrebatamento das vítimas se deu pela manhã, por volta das 8h30min, no Bairro Itu, Zona Norte de Porto Alegre. A investigação preliminar sobre os fatos relevou que 2 veículos participaram da ação criminosa, abordando as vítimas em via pública. Os criminosos, segundo testemunhas, verbalizaram com as vítimas, identificando-se como policiais e que os irmão deveriam acompanhá-los. Dali, levam as vítimas para local desconhecido. A família passou então a ser extorquida, por meio de mensagens de WhatsApp, no valor de R$ 1.700.000,00 (um milhão e setecentos mil reais).

A privação de liberdade perdurou até o outro dia, quando, por volta das 22h, foram libertados, na Estrada Gosta Gama, Bairro Belém Velho, também em Porto Alegre, após o pagamento de resgate, de quantia não divulgada pela Polícia Civil, mas muito menor do que o valor inicialmente exigido. Esse pagamento ocorre na Rua CHAPATRAL (nome que batiza a presente operação), no Bairro Restinga, em Porto Alegre.

Descobriu-se, já naquela noite, que o cativeiro das vítimas foi um imóvel residencial, no Bairro Restinga, em Porto Alegre.

Síntese das investigações
O assessoramento à família vítima, teve início pela Polícia Civil após o arrebatamento. Uma série de diligências foram realizadas com a finalidade de se buscar, a identificação do paradeiro das vítimas e a prisão dos sequestradores. De fato, a solução do caso, naquele momento, deu-se por meio do pagamento de resgate.

A Polícia Civil conduziu investigação personalizada, visto que demandava o emprego de uma série de meios de produção de provas, adaptados para o caso em concreto. O desfecho positivo da investigação, visto na Operação desencadeada hoje, é devido ao amplo deferimento de medidas cautelares, pelo Juízo Criminal da 16ª Vara de Porto Alegre, alicerçado em pareceres do Ministério Público Gaúcho. Sem essas permissões, a investigação criminal jamais teria evoluído.

Verificou-se que, ao menos, 8 pessoas estão envolvidas no caso. Os 2 interlocutores responsáveis pela extorsão foram identificados, bem como foi possível identificar, ao menos, 3 outros homens, responsáveis pelo arrebatamento das vítimas. Ainda, identificada uma mulher, advogada, que seria uma das responsáveis pela negociação do preço de resgate e também por coletar o valor pago a título de resgate. Outra mulher, proprietária do imóvel utilizado como cárcere das vítimas, no Bairro Restinga. E também um homem proprietário do veículo utilizado para arrebatamento das vítimas.