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Polícia Civil pede imagens a clube que sediou show de Seu Jorge em Porto Alegre

Foto: Airton Lemos/ Rádio Acústica FM
Foto: Airton Lemos/ Rádio Acústica FM

Depois de abrir um inquérito sobre
a suspeita de atos racistas cometidos contra o cantor Seu Jorge, a Polícia Civil
pediu ao Grêmio Náutico União (GNU) acesso às câmeras de segurança do local da
apresentação, onde o artista teria sido vítima de xingamentos.

Segundo a delegada responsável pela
investigação, Andrea Mattos, foi dado um prazo de três dias para o que o clube
envie o material, que vai ajudar na elucidação do caso. Até agora, há apenas relatos
de redes sociais e um vídeo em que parte da plateia aparece chamando o cantor
de macaco. Essas imagens já estão sendo analisadas pela equipe de investigações
da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância.

Procurada, a assessoria do músico
informou que ele não se manifestaria. Também que não foi feito registro de ocorrência.
 A delegada Andrea Mattos esclarece que
mesmo o artista ter optado em não denunciar o caso às autoridades, a polícia abriu
inquérito porque há suspeita de crime de racismo, que não precisa de registro
da vítima ferir uma coletividade

“Seriam dois crimes relacionados à
questão da cor da pele. O primeiro seria o de injúria racial qualificada que em
resumo seria uma ofensa a honra da vítima, nesse caso dependeria de representação,
de uma autorização da vítima para que a investigação fosse aberta. E o racismo
que seria o segundo crime, que é um pouco mais grave que é quando uma atitude
racista ela tem efeitos irradiados sobre uma coletividade. Então nós abrimos inquérito
para investigar o crime de racismo, que não prevê  a representação da vítima” explicou a delegada.
 

Manifestações em redes sociais, de
pessoas que foram ao evento, indicam que Seu Jorge teria sido
hostilizado com gritos simulando o som feito por macacos, além de ser alvo de xingamentos
com termos como “negro vagabundo” e “preguiçoso”. 

No domingo (16), a direção do GNU
divulgou nota sobre o caso. O texto diz que está sendo realizada apuração
interna.  Segundo a manifestação do
clube, “Se for comprovada a prática de ato
racista, os envolvidos serão responsabilizado e  Afirma que o União, seguindo seu Estatuto repudia
qualquer tipo de discriminação”, diz um trecho do comunicado. Nos próximos
dias a polícia quer ouvir a direção do GNU em depoimento e também as pessoas
que trabalharam. Embora o cantor Seu Jorge não queira registrar ocorrência, a
delegada Andrea Mattos disse que vai colher mais provas para depois fazer uma tentativa
de ouvir o artista sobre o caso.