A Polícia Civil prendeu o foragido número 1 do estado nesta segunda-feira (16), no Rio de Janeiro, durante a Operação Blindspot. O alvo foi capturado num restaurante de alto padrão numa praia da Barra da Tijuca e transportado de volta ao Rio Grande do Sul por meio do avião da Polícia Civil.
De acordo com a Polícia, ele era responsável pelo maior esquema logístico de transporte de cocaína para o sul do país. Segundo a investigação, o Homem de 40 anos é a liderança de uma organização criminosa que atua no vale dos sinos. Ele foi capturado enquanto almoçava com a família e não estava armado na hora da prisão.
– Foi uma ação de risco considerável mas tinha que ser feito, esse indivíduo tinha que ser tirado de circulação, avaliamos a situação e deu tudo certo.
Afirmou o delegado responsável pelo caso, Gabriel Borges. Segundo ele o criminoso era piloto de corrida automobilística e piloto de aeronaves, e com isso ingressou no esquema de tráfico internacional de drogas, principalmente no transporte de cocaína de países produtores, como Peru e Bolívia, ao estado do Rio Grande do Sul. Ele operava um grande esquema de lavagem de dinheiro com a utilização de pedras preciosas, buscando por vezes diamantes e esmeraldas na Europa e na Índia. Também foi possível apurar a conexão do criminoso com o Cartel Mexicano de Sinaloa, em que um dos seus contatos transportava cocaína pela América do Sul e Central com a utilização de um submarino.
No ano de 2021, ele foi alvo de uma investigação do Denarc, sendo preso por operar aeronaves que traziam cocaína ao estado. Além disso, houve o sequestro judicial de uma dessas aeronaves.
Em 2022, a Operação Kraken, deflagrada pela 1a Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul, apontou que ele coordenava o esquema logístico de distribuição de cocaína via aérea no estado do Rio Grande do Sul. Na apuração foi possível apurar que ele coordenava o esquema logístico de distribuição de cocaína via aérea no estado do Rio Grande do Sul, além de transportar e traficar armas de fogo de guerra, como metralhadoras .50 com capacidade de derrubar aeronaves. Ele teve o pedido de prisão preventiva decretada, mas ele conseguiu fugir para os Estados Unidos e montou uma empresa de fachada para lavagem de dinheiro e continuou com esquema de tráfico de drogas por vias aéreas.
No exterior ele conseguiu aumentar a sua capacidade operacional, dominando a rota de tráfico aéreo de drogas no Estado do Rio Grande do Sul, introduzindo mais de 400kg de cocaína por semana no estado. Chegou a operar com 4 aeronaves com rotas do tráfico de drogas. Somente no ano passado uma grande operação, a maior do Denarc, apreendeu mais de 200 quilos da droga aqui no estado.
A investigação apurou que o alvo utilizava rotas e pistas clandestinas para a remessa da cocaína, fazendo até mesmo sobrevoos com aeronaves carregadas com cocaína em cima de casas prisionais, como a Penitenciária Estadual do Jacui.
– Vamos seguir monitorando, inclusive como o mundo do crime organizado vai se portar agora que nós conseguimos quebrar essa cadeia lojistica. Se algúem tentar assumir, como vai ser os próximos passos, tudo faz parte do nosso monitoramento. Destaca Borges.
Com alta capacidade financeira o investigado passou a integrar a cúpula do grupo criminoso, sendo inserido, recentemente, no alerta vermelho da Interpol, que permite que criminosos de repercussão internacional sejam capturados no exterior. De acordo com o delegado Gabriel Borges, foi detectado que o criminosos movimentava cerca de meio milhão de reais por mês, entretanto a quantidade estimada deve ser muito maior.
