A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (12) a Operação Aleteia, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa com a base de atuação no Vale do Taquari, mas que também cometeu ilícitos em outros municípios do RS.
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As ações do grupo visavam o cometimento de falsificação de documentos e estelionatos, cuja especialidade eram estelionatos contra seguros. Através de inúmeras formas de falsificação de documentos, aliciamento de peritos, falsidade ideológica, registros de ocorrências inautênticos e por meio de um estruturado e hierarquizado esquema, encaminhavam pedidos de pagamento de seguros do DPVAT, que sabiam serem ilegítimos.
Com investigação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Lajeado e com apoio da Brigada Militar e das Delegacias de Polícia da 19ª DPR, foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em residências e empresas dos acusados. Foram um ano e meio de investigações.
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Tramitam na Draco/Lajeado cerca de 90 inquéritos policiais para apuração das referidas fraudes, com início nos anos de 2014 a 2021, sendo que alguns outros já foram remetidos à justiça (06 de 2014; 17 de 2015; 02 de 2016; 14 de 2017; 11 de 2018; 10 de 2019; 10 de 2020 e 20 de 2021). Muitos desses inquéritos foram originados por “notícias-crime” oriundas da seguradora administradora do seguro DPVAT.
Os policiais civis realizaram diligências, oitivas e busca por provas contra os envolvidos, culminando na identificação de seis grupos que agiam na região, sendo que a maioria interligados na prática dos estelionatos. Os policiais conseguiram provas de que laudos médicos foram adulterados para que a organização pudesse ganhar valores bem acima do que as reais lesões das vítimas. Em muitos casos as vítimas, sequer tinham se ferido em acidentes de trânsito. Além disso, carimbos e receituários médicos foram adulterados para burlar a segurança da seguradora, responsável pelo pagamento dos seguros DPVAT.
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Foram apreendidos diversos documentos para análise, bem como notebooks, celulares, cartões de memória, HDs externos e pen drives. Um homem que estava foragido foi preso em Estância Velha. A seguradora, que era responsável pelo gerenciamento do sistema do DPVAT, informou aos policiais civis que, em 2018 e 2019, os grupos investigados haviam recebido cerca de 5 milhões de reais em pagamentos de seguros do DPVAT. Contudo, pelo volume de encaminhamentos de pedidos de seguro, acredita-se que o valor recebido pelos grupos investigados, nos últimos 4 anos, pode chegar ao valor de 8 milhões de reais.
Muitos dos integrantes possuem bens incompatíveis com os rendimentos conhecidos. Um casal integrante de um dos grupos, por exemplo, tem uma residência anunciada para a venda por 900 mil reais. Nos anos de 2020 e 2021, com a pandemia de Covid-19, as fraudes se acentuaram, face à ausência de contato físico entre as vítimas e os fraudadores. Ou seja, os registros, notas de despesas, exames e demais documentos eram encaminhados via eletrônica pelas vítimas que não sabiam das adulterações realizadas pelo grupo, a fim de que o pagamento do seguro DPVAT fosse majorado.