Com o anúncio do novo decreto do distanciamento controlado do governo do Estado na noite desta sexta-feira (05), diversas dúvidas surgiram sobre as proibições que estarão vigentes a partir da próxima segunda-feira. Em carta enviada ao governador Eduardo Leite, neste sábado, o presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (AGAS), Antônio Cesa Longo, citou diversas dúvidas que o setor apresentou à entidade referente a proibição das vendas de produtos não essenciais nos estabelecimentos.
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Conforme a carta, Longo ressaltou que diversos supermercados não tem um espaço em estoque suficiente para colocar itens como eletrodomésticos, que ocupam um grande espaço nas gôndolas e que não caberiam nos depósitos. A entidade ainda solicitou como solução que as áreas possam ser vedadas com fitas e avisos de proibição, impedindo que clientes entrem no setor.
Outro ponto levantado pela AGAS é sobre a proibição de venda de flores, já que muitos supermercados teriam comprado estoques maiores visando o Dia Internacional da Mulher que é comemorado na próxima segunda-feira (08), a entidade pede a Leite que a proibição na venda desse produto passe a valer na terça-feira (09).
Confira a carta na íntegra:
Prezado Sr Governador, ao reforçar que continuaremos seguindo seu comando para contermos o vírus no RS e reconhecer seu trabalho incansável e a dedicação de sua equipe na busca de alternativas, gostaríamos de propor a seguinte reflexão referente ao Decreto publicado ontem:
– O setor de Bazar representa 2% do faturamento dos supermercados, não há problemas em não vendermos. Entretanto ele ocupa 9% da área de vendas por seu volume, muitos supermercados não têm espaço no estoque para retirar estes itens das gôndolas. Solicitamos autorização para vedarmos o acesso dos clientes com fitas, faixas e avisos.
– Solicitamos imediatamente aos associados a cessão das vendas de eletroeletrônicos, brinquedos e têxteis. Mas tecnicamente não encontramos definição para quais outras categorias são essenciais e não essenciais. Leis federais e o próprio Código de Defesa do Consumidor só nomeiam as atividades.
– Ilustramos nossa dúvida com os seguintes exemplos: uma vela, para quem tem energia em casa, não é essencial. Mas para quem vive no escuro, é fundamental até para manter as pessoas desta família em casa. Um caixa de fósforos é essencial para quem não tem fogão com acendimento automático; baldes, panos e borrifadores plásticos podem ser essenciais para contribuir com a higienização e sanitização dos espaços, tão importantes neste momento; potes plásticos, em um momento em que as pessoas devem evitar a recorrência de visitas aos supermercados, são fundamentais para armazenar e estocar alimentos; e neste sentido poderíamos apresentar outras centenas de exemplos.
– Estamos abastecidos de flores para o Dia da Mulher. Seria importante iniciarmos a proibição da venda deste produto dia 9/3, evitando desperdícios e até possíveis aglomerações de pessoas nas áreas de dejeto dessas flores, caso elas sejam descartadas.
O setor de supermercados é um aliado do Governo do Estado e do povo gaúcho nesta guerra inglória que todos estamos travando. Estamos abertos ao diálogo e a ceder tanto quanto necessário, mas permitimo-nos contribuir com a visão de quem vive o dia a dia das lojas e precisa manter nossa população abastecida, evitando um caos ainda maior. Solicitamos o bom senso nas fiscalizações do cumprimento deste novo Decreto.
As empresas do setor já constituíram hospitais e estão dispostas a contribuir com a aquisição de vacinas, quando for o momento.
Desejamos boa sorte ao governador Eduardo Leite e sua laboriosa equipe, reforçando que somos soldados do seu exército.
Respeitosamente,
Antônio Cesa Longo
Presidente AGAS