A Prefeitura de Amaral Ferrador emitiu uma nota de esclarecimento sobre a interdição da Sociedade Hospitalar São José. A Vigilância Sanitária do Rio Grande do Sul interditou o hospital, na manhã dessa segunda-feira (25), após a constatação de irregularidades na instituição de saúde.
A unidade é um ponto de referência para o primeiro atendimento, garantindo que os pacientes recebessem os cuidados iniciais e fossem encaminhados para outros hospitais com maior complexidade quando necessário. Diante disso, a administração municipal de Amaral Ferrador se manifestou através de suas redes sociais, onde ressalta que antes da interdição do Hospital São José, a Vigilância Sanitária Estadual recebeu uma denúncia de irregularidades na instituição.
“Os itens citados e que levaram à interdição, são irrisórios, irrelevantes e sem gravidade alguma”, segundo a Prefeitura de Amaral Ferrador.
Confira a nota da Prefeitura de Amaral Ferrador na íntegra
A administração municipal de Amaral Ferrador, vem a público prestar esclarecimentos em face do ocorrido na manhã desta segunda-feira (25).
Acontece que após denúncia efetuada, uma equipe da vigilância sanitária estadual, esteve vistoriando a Sociedade Hospitalar São José. Em respeito a população e aqueles que aguardam uma resposta verdadeira, sem cunho político, estaremos esclarecendo os pontos que levaram à interdição do nosso hospital.Tudo isso partiu após uma denúncia, informação essa passada pela própria vigilância sanitária. Porém os itens citados e que levaram à interdição, são irrisórios, irrelevantes e sem gravidade alguma. Podia sim a vigilância apenas advertir e manter o funcionamento, porém executaram de maneira arbitrária, autoritária e sem pudor nenhum a interdição. Não houveram argumentos suficientes por parte da secretária, nem do assessor jurídico do município que chegassem a tempo.Muitas vidas foram salvas graças ao primeiro atendimento no hospital, a estabilização de um paciente com quadro grave antes de encaminhar é vital antes de chegar em nossas referências. Sabemos que em se tratando de um município pequeno e com poucos recursos, é praticamente inviável manter um padrão de hospital como a lei determina. No papel é fácil para quem não conhece a nossa realidade. Faltou sensibilidade da vigilância sanitária e isso é fato.Outro fator importante, é que a vigilância sanitária indica o atendimento no posto de saúde, porém ela mesma proíbe (no papel), tal ação. Visto que nossa unidade básica de saúde não tem a permissão para atendimento de urgência e emergência.Outro fator curioso, é que o município foi contemplado com um valor em torno de R$700.000,00 (setecentos mil reais) para a modernização, porém o projeto está parado na própria vigilância há mais de 8 meses. Esse valor seria para melhorias no prédio e investimento em novos equipamentos. Com essas melhorias não haveria a necessidade de interdição. Porém quem deveria ter liberado o projeto para a execução, não o fez, ainda lacrou as portas do nosso hospital.OS MOTIVOS DA INTERDIÇÃO, SEGUNDO A VIGILÂNCIA SANITÁRIAOs três itens listados pela vigilância sanitária, que, segundo eles, foram os motivos da interdição, são eles:1° Ausência de uma enfermeira no momento que eles adentraram no hospital;2° O aparelho de autoclave (CME), estar em uma outra sala que não na dele;3° Um laudo técnico atestando a qualidade da água do hospital;Foram esses os três itens responsáveis pela interdição do Hospital.O ESCLARECIMENTO* A ausência da enfermeira se deu porque a mesma estava em diligência, porém tínhamos dois enfermeiros de sobreaviso ao lado, no posto de saúde, menos de 40 metros do hospital. Mesmo assim, a administração municipal já está contratando mais uma enfermeira para trabalhar no hospital.* O aparelho de autoclave, o qual realiza a esterelização de equipamentos, estava com problema de mal contato em sua tomada original, sendo deslocado para uma sala ao lado para realizar o procedimento em razão disso. Logo voltaria para sua sala de origem e a tomada seria substituída.* O laudo atestando a boa qualidade da água estava no e-mail, porém a vigilância exigiu impresso naquele momento, logo em seguida foi feito, porém não surtiu efeito. Posteriormente será encaminhado para a 3° coordenaria de saúde na cidade de Pelotas.Estas foram as razões para a interdição do nosso hospital, o único recurso de urgência e emergência do município. Tememos muito pela vida, nosso hospital não poderia de maneira alguma estar fechado nem por 5 minutos.Desde quando a atual administração assumiu em 2017, não medimos esforços para manter médicos 24 horas por dia, remédios e insumos para a execução de procedimentos, bem como ampliar e manter uma equipe completa em escalas para nunca deixar nossa população vulnerável.Na data de hoje, a administração municipal já realizou a contratação de mais uma enfermeira, já providenciou o conserto da tomada do aparelho de autoclave e o laudo atestando a qualidade da água já estava OK.Visto os fatos e elucidados os motivos, nota-se que não há gravidade alguma e muito menos razão para esse ato insano e desumano com a população de Amaral Ferrador. Repudiamos veementemente tal ação, pois somos um município judiado pelo acesso de 38 quilômetros de estrada de chão, referências longe e toda a dificuldade em dias de chuva causando isolamento por cheias ou excesso de barro na estrada (que é de responsabilidade do governo do estado).
Quando aos denunciantes, lamentamos que alguém seja frio e tenha tamanho grau de insanidade. A prefeitura de Amaral Ferrador irá apurar e sempre que tiver mais informações estará tornando público para a população.