Um caso de abuso sexual infantil veio à tona em Taquara, com a prisão de Ramiro Gonzaga Barros, de 36 anos, suspeito de abusar de mais de 120 crianças e adolescentes durante um período de 16 anos. O delegado Valeriano Garcia Neto, da Polícia Civil de Taquara, detalhou nesta segunda-feira (05), em entrevista à Rádio Acústica FM como o suspeito operava, utilizando a internet para aliciar e explorar suas vítimas.
A investigação revelou que Ramiro se aproximava das vítimas através de perfis falsos em redes sociais, estabelecendo laços de amizade e confiança. Ele se aproveitava de informações pessoais das crianças, como datas de aniversário e preferências, para criar uma conexão e, gradualmente, aumentar suas exigências.
O delegado Neto explicou que Ramiro passava a exigir fotos e vídeos íntimos das vítimas, ameaçando divulgar o material caso elas não cumprissem suas ordens. Essa chantagem o permitia manter o controle sobre as crianças, muitas vezes levando a encontros presenciais e abusos sexuais.
A prisão de Ramiro foi possível graças à coragem de uma menina de 9 anos, que não cedeu às chantagens e denunciou o caso aos pais. A Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, onde foram encontradas centenas de arquivos de pornografia infantil, organizados em 750 pastas com nomes e categorias diversas.
As investigações apontam que Ramiro atuava em sete estados brasileiros: Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Acre e Mato Grosso. A polícia acredita que o número de vítimas pode ser ainda maior, considerando a extensão do material apreendido e o fato de que o suspeito utilizava a deep web para se comunicar com as crianças.
O delegado Valeriano Neto ressaltou a importância da denúncia e do diálogo entre pais e filhos para combater esse tipo de crime. Ele também mencionou o programa Libertar da Polícia Civil, que oferece apoio e proteção a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual.