O responsável pela Procuradoria da Prefeitura de Camaquã, Fabiano Ribeiro, participou do programa Primeira Hora desta terça-feira (17) na Acústica. Durante cerca de 50 minutos, foram trazidos detalhes sobre o que já foi investigado por uma comissão interna que investiga a suspeita de irregularidades na Secretaria da Saúde de Camaquã, na gestão do ex-prefeito João Carlos Machado.
Fabiano destacou depoimentos prestados por funcionários e até mesmo por supostos pacientes. No sistema, teriam sido registrados serviços médicos em nome de pessoas que alegaram nunca ter passado pelos procedimentos mencionados nas Fichas de Atendimento Ambulatorial (PAA).
Também foram constatados na investigação pagamentos de cirurgias, que não deveriam ter sido custeadas pela Secretaria Municipal da Saúde. Segundo o procurador, trata-se de procedimentos que não são de competência do município.
“Quem escolhia os casos que seriam atendidos de cirurgia, segundo depoimento, era o secretário”, disse Fabiano, ao destacar a fala de uma funcionária que atuava no setor de marcação de consultas. A funcionária se referia ao então Secretário Municipal da Saúde, Robson Marques. Robson não foi encontrado pela reportagem, para dar sua versão sobre as acusações.
Ainda segundo Fabiano, o Tribunal de Contas do Estado teria apontado para a constatação de diversas consultas médicas para o mesmo paciente no mesmo mês, além de quantidade de procedimentos exageradas em relação a quantidade de habitantes da cidade, entre outras. Também foram constatadas divergências no que diz respeito de tomadas de contas especiais. “Temos as irregularidades devidamente diagnosticadas”, completou o procurador.
O ex-prefeito de Camaquã, João Carlos Machado (Progressistas), concedeu uma entrevista coletiva na semana passada, na sede do partido em Camaquã. O objetivo do encontro com a imprensa foi rebater as denúncias realizadas pelo atual prefeito, Ivo de Lima Ferreira (PSDB), após divulgação de um relatório de auditoria, que apontava possíveis irregularidades da Secretaria Municipal de Saúde, durante a sua gestão.
Para Machado, o atual prefeito contratou a empresa para fazer o relatório de auditoria, com o objetivo de desgastar o governo passado e obter vantagem na corrida no próximo pleito. Já o atual procurador do município, rebate a afirmação, dizendo que não há interesse político na divulgação dos dados apurados pela atual gestão.
Questionado sobre a veracidade do relatório, João Carlos Machado negou irregularidades, mas reconhece falha. “Não são verdadeiras as irregularidades. A Tomada de Contas Especial, em parecer feito por servidores da própria prefeitura, não identificaram irregularidades. Se houve equívocos, que a gente reconhece que houve, foi para beneficiar a comunidade”, afirmou JCM.
Acompanhe abaixo, a entrevista com o procurador do município, Fabiano Ribeiro:
