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Produtores reivindicam retomada das obras do Projeto de Irrigação da Costa Doce

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Os presidentes do Sindicato Rural de Camaquã, Jorge Jaeger, e da Associação dos Arrozeiros de Camaquã, Celso Bartz, entregaram, na manhã desta terça-feira (18), ao prefeito de Arambaré, Alaor Pastoriza Ribeiro, documento solicitando a imediata retomada do Projeto de Irrigação da Costa Doce, cujas obras estão interrompidas há exatos quatro anos. Na carta entregue a Alaor, os representantes dos produtores demonstram compreensão com os motivos que fizeram a execução do projeto ter paralisado, ao mesmo tempo em que se dizem inconformados com a demora do seu prosseguimento.

No oficio, os dois dirigentes lamentam que a não conclusão da estrutura do novo sistema, projetado para transpor água da Lagoa dos Patos a uma área equivalente a 10,5 mil hectares de lavouras entre Arambaré e Camaquã, reprime uma demanda considerável de produção de arroz, que gera renda, empregos e geração de tributos – tanto para Arambaré quanto para Camaquã.

 

Obras canceladas

O projeto da Costa Doce, orçado em R$ 65 milhões e concebido dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, do primeiro governo da presidente Dilma Rousseff, começou a ser executado no final de 2011 e parou em junho de 2013, após a deflagração da Operação Paralelo 31-S, implementada pela Polícia Federal e Controladoria Geral da União (CGU). A ação, nascida para investigar a denunciada prática de crime ambiental na extração da areia utilizada nas obras da barragem de Arvorezinha, em Bagé, se ampliou e apurou também a existência de supostos superfaturamentos cometidos pelas empresas contratadas – as mesmas executoras do projeto de Arambaré. Na época, em decisão liminar, o juiz Gustavo Chies Cignachi, da Vara Federal de Bagé determinou a suspensão de todas as obras em andamento feitas pelas empresas em contratos com o poder público. Inclusive a de Arambaré.

 

Bagé

O processo da operação da PF-CGU continua tramitando na Justiça Federal, mas em janeiro deste ano a Prefeitura de Bagé encomendou parecer à Fundação de Ciência e Tecnologia (Cintec) sobre futuras medidas corretivas da obra. O estudo foi entregue no último dia 10 de junho. O objetivo foi buscar a fundamentação técnica para liberação da obra junto à Justiça.

 

Inventário e articulação 

É o mesmo caminho que Arambaré irá seguir, de acordo com o prefeito Alaor Pastoriza, que irá encomendar também um inventário sobre o que já foi feito no projeto. Paralelamente a isso, estará em curso a articulação política junto ao Ministério da Integração Nacional, responsável pela contratação do projeto. 

Na reunião desta terça-feira, em que participaram o vice-prefeito Arthur Scherer, técnicos e produtores, o prefeito disse ser fundamental a reentrada da Associação dos usuários do Perímetro do Arroio Duro no projeto. “Precisamos ter a AUD ao nosso lado, pela sua expertise em irrigação, pela sua história e pelo seu prestígio junto aos órgãos federais”, disse Alaor.