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Projeto de Lei que permite abrir comércio aos domingos divide comunidade

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A menos de quinze dias da entrega do Projeto de Lei Complementar n° 07, de 2015, que tem por objetivo alterar o art. 194 da Lei n° 19, de 15 de fevereiro de 1949 (Código de Posturas), comerciantes e comerciários dividem opiniões sobre o funcionamento de lojas. De acordo com o ofício enviado pela Prefeitura Municipal de Camaquã, à Câmara de Vereadores, apoiando ao pedido do Sindicato do Comércio Varejista de Camaquã (Sindilojas), o objetivo do projeto é permitir o trabalho em domingos e feriados nas atividades do comércio em geral.

A Prefeitura alega que a razão pela qual decidiram apoiar ao projeto é que todos são conhecedores da atual situação pela qual passa o País, que hoje apresenta uma das maiores taxas de desemprego dos últimos anos. Segundo João Carlos Fagundes Machado, “entendemos que essa alteração em nosso Código de Posturas é oportuna, pois se torna importante ferramenta para minimizar os reflexos da recessão econômica que nos é imposta neste momento, possibilitando que o Comércio local exerça suas atividades também aos domingos e feriados, atendendo a demanda e aumentando as vendas, garantindo, dessa forma, os postos de trabalhos já existentes e eventualmente gerando novos empregos”.

Na sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira (26), comerciários fizeram um protesto, com diversos cartazes, alegando que domingo, além de ser dia de descanso, é o dia de permanecer com a família e amigos.

Após a divisão de opiniões, a Acústica FM foi para as ruas ouvir os principais atingidos com o Projeto de Lei. Para Claudenir Krizel, atuante no comércio local, a proposta do projeto é boa, visto que o proprietário terá autonomia para decidir se abre, ou não, a sua loja. “ Quem quiser abre e quem quiser não abre. Eu acho que deve estar liberado para futuramente negociarmos com funcionários e gerentes para ver a viabilidade ou não de abrir o comércio”, explicou Claudenir.

Para o proprietário de uma grande rede de lojas, Cláudio Straczynski, que tem mais de 45 funcionários na loja do município, a iniciativa pegou os comerciantes de surpresa, pois ele não foi consultado sobre esta possibilidade. “Temos que ver o lado humano, o bom senso. Eu aprendi durante a minha vida toda que domingo é dia de confraternizar e descansar. Se nós não tivermos mais o domingo para confraternizar com os amigos e com a família, fica sem graça de viver. O dia a dia do comércio é muito puxado. Eu sou totalmente contra a isso. Chega a ser um pecado trabalhar no domingo”, explicou Cláudio.

Segundo ele, Camaquã é uma cidade pequena, e para o tamanho do município, esta atitude não é viável, já que a comunidade não está comprando devido à falta de condições e não de dias para visitar o comércio. “Eu sempre fui a favor de abrir aos sábado a tarde, pois era uma opção para o comércio e para quem trabalha durante a semana. O nosso maior movimento tem sido aos sábados a tarde. Foi uma ideia aceitável e coerente. Eu acho que abrir aos domingos não vai acrescentar em nada e vai deixar os nossos funcionários desmotivados”, finalizou Cláudio.

De acordo com Régis Klein, comerciário há 36 anos, a proposta do Projeto de Lei não é viável. “Nós já discutimos no passado em abrir aos sábados, através do sábado gordo e foi alegado que geraria mais empregos, mas não gerou. Passamos a abrir dois e depois três sábados, até que hoje abrimos todos os sábados. Esta atitude não vai gerar mais empregos, e sim mais trabalho aos funcionários que já estão nas empresas”, salientou Régis.