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Protesto contra instalação de mineradora marca ato às marges do Rio Camaquã

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Cerca de 500 pessoas, entre gestores municipais da região Centro-sul do estado, moradores, ativistas ambientais, representantes de sindicatos rurais, além de técnicos e servidores das Universidade de Santa Maria (UFSM) e Universidade Federal do Rio Grande (FURG) participaram nesta sexta-feira (7) do ato denominado Jornada em defesa do Rio Camaquã, que se opõe ao projeto de instalação de uma mineradora às margens do rio e que, se concretizado, irá causar danos ambientais graves, com repercussões à saúde humana e à atividade econômica tradicional da região, a pecuária. A atividade aconteceu na Costa do Camaquã, cujo acesso se dá no km 579 da BR-153, próximo a Bagé, no local conhecido como Corredor da Lixiguana.

Convidado a participar da manifestação, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edegar Pretto (PT), foi recebido por uma tropa de cavalarianos formada por homens, mulheres e crianças, a qual se juntou e completou o restante do trajeto montado em um cavalo cedido por um dos meninos. Com bandeiras do RS e cantando o hino riograndense, o grupo chegou ao local do ato saudado pelos participantes para em seguida fazer um passeio técnico de barco pelo rio. No total foram 3 embarcações a motor que partiram levando o grupo integrado pelo chefe do Legislativo gaúcho, o deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), bombeiros que auxiliaram na segurança da atividade, imprensa e algumas lideranças locais. “O que verificamos foi que o nosso Camaquã, diferentemente de muitos outros rios do nosso estado, está preservado. E não podemos permitir que uma atividade comercial de grande porte, totalmente estranha ao perfil econômico local, como estão propondo, venha explorar e alterar esta realidade, ameaçando o meio ambiente e prejudicando todo um segmento econômico e a população local. É uma relação que não pode dar certo, pois somente um lado ganha”, declarou Edegar Pretto.

Na série de discursos durante o ato, o padre Luciano Oliveira lembrou aos presentes que a luta em defesa do rio estava conectada com a campanha da fraternidade lançada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para 2017, que trata justamente dos biomas brasileiros e a defesa da vida. “Alto lá. Esta terra tem dono”, declarou o religioso, fazendo uso da conhecida frase de Sepé Tiarajú. “Antes de ser prefeita sou enfermeira. E sei dos efeitos que o chumbo causa na saúde das pessoas. Ele acumula no tecido nervoso prejudicando e comprometendo as funções cognitivas dos seres humanos. A campanha da CNBB prova que a nossa luta é correta e justa”, afirmou a prefeita de Cristal, Fàbia Richter. Para Mainardi, da forma como está sendo proposta a instalação da mineradora canadense em parceria com a Votorantin, “voltaremos à época do Brasil Colônia, quando retiravam as nossas riquezas. Essa mesma empresa se instalou 30 anos atrás no Peru prometendo que não haveria danos ao ecossistema local. Em 2012 o rio próximo a exploração foi considerado contaminado”, declarou.

Entre os problemas resultantes do empreendimento à saúde humana e animal apontados pelos participantes da atividade estaria o contato direto com a água e ar poluídos, a ingestão de alimentos contaminados, além da poluição atmosférica e sonora em virtude das explosões, além da retirada de cerca de 150 m³ por hora de água do rio para lavagem/separação do minério, além de causar o seu assoreamento e a consequente diminuição da sua profundidade, devendo ainda provocar a poluição das águas superficiais (rios e riachos|) e subterrâneas (lençol freático) com metais pesados tóxicos.

Também participaram da atividade a deputada Regina Becker (Rede), Luis Augusto Lara (PTB), representação do mandato do deputado federal Dionilso Marcon (PT), vereadores e prefeitos de Bagé, Cristal, Amaral Serrano, Encruzilhada do Sul, Pinheiro Machado, Piratini, Candiota e Caçapava do Sul, além do Consórcio dos Municípios do Centro-sul.