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Rádio Acústica FM acompanhará o julgamento de Leandro Boldrini em Três Passos

Foto: Reprodução | Redes Sociais
Foto: Reprodução | Redes Sociais

O réu Leandro Boldrini começará a ser julgado nesta
segunda-feira, 20 de março, em Três Passos, pelo assassinato do filho Bernardo
Boldrini, em 2014, quando o menino tinha 11 anos. A equipe de jornalismo da
Rádio Acústica FM estará presente, trazendo flashes ao vivo diretamente do
local do julgamento.

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Leandro responde pelos crimes de homicídio quadruplamente
qualificado (motivo torpe, motivo fútil, emprego de veneno e dissimulação),
ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Para o Ministério Público do Rio
Grande do Sul (MPRS), que estará representado em plenário pelos promotores de Justiça
Lúcia Helena de Lima Callegari e Miguel Germano Podanosche, o júri deve se
estender por até três dias.

Além do réu, serão ouvidas 10 testemunhas (quatro arroladas
somente pelo MPRS, uma arrolada por ambas as partes e outras cinco arroladas
apenas pela defesa). Após as oitivas das testemunhas e o interrogatório do réu,
se iniciarão os debates.

MPRS e defesa terão 1 hora e 30 minutos cada para se
manifestarem. Réplica e tréplica, se houver, serão de 1 hora cada.

O CASO

Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014. Seu corpo foi
encontrado 10 dias depois, enterrado em uma cova vertical dentro de uma
propriedade às margens de um riacho na cidade vizinha de Frederico Westphalen.
No mesmo dia, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos por
serem, respectivamente, o mentor intelectual e a executora do crime. A amiga
dela, Edelvânia Wirganovicz, também foi presa por ajudar no assassinato. Dias
depois, Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, foi preso por ser quem
preparou a cova onde o menino foi enterrado. Os quatro réus foram condenados em
2019, mas o júri de Leandro foi anulado em dezembro de 2021.

COMO ACONTECEU

O assassinato de Bernardo teve início em Três Passos, por
volta das 12h, e terminou com sua execução, às 15h do mesmo dia, em Frederico
Westphalen. Graciele, a pretexto de agradar o menino, o conduziu até Frederico
Westphalen. Ao iniciar a viagem, ainda em Três Passos, deu ao enteado midazolam
– medicação de uso controlado – sob argumento de que era preciso evitar enjoos.
Em seguida, já na cidade vizinha, Graciele e Bernardo se encontraram com
Edelvânia, amiga da madrasta. Os três seguiram para local antecipadamente
escolhido na Linha São Francisco, distrito de Castelinho, próximo a um riacho,
onde a cova foi aberta dias antes por Evandro.

Dando sequência ao crime, Graciele, sempre com integral
apoio moral e material de Edelvânia, mais uma vez enganando a vítima, agora a
pretexto de lhe dar uma “picadinha”, para ser “benzida”, aplicou em Bernardo
injeção de midazolam em quantidade suficiente para lhe causar a morte, conforme
laudo pericial que atesta a presença do medicamento no estômago, rins e fígado
da vítima. O menino acabou morto por uma superdosagem de medicamento.

Segundo a denúncia, o médico Leandro Boldrini, com amplo
domínio do fato, interessado no desfecho da ação, concorreu para a prática do
crime contra seu próprio filho como mentor e incentivador da atuação de
Graciele. Ele participou “em todas as etapas da empreitada delituosa, inclusive
no que diz respeito à arregimentação de colaboradores, à execução direta do
homicídio, à criação de álibi, além de patrocinar despesas e recompensas, bem
como ao fornecer meios para acesso à droga midazolam, utilizada para matar a
vítima”. Depois de matar e enterrar o filho, Leandro fez um falso registro
policial do desaparecimento de Bernardo para que ninguém descobrisse o crime.

A MOTIVAÇÃO

Leandro e Graciele não queriam dividir com Bernardo a
herança deixada pela mãe dela, Odilaine (falecida em 2010), e o consideravam um
estorvo para o novo núcleo familiar. O casal ofereceu dinheiro para Edelvânia
ajudar a executar o crime. Bernardo, não sabendo do plano, aceitou, no dia em
que foi morto, ir até Frederico Westphalen com a madrasta.

*Com informações do Ministério Público do RS