Organizações e voluntários ligados à causa animal se manifestaram contra a proposta do governo do Rio Grande do Sul de pagar um “vale-adoção” de R$ 450 para quem adotar animais resgatados das enchentes. A iniciativa, anunciada na segunda-feira (24), prevê o repasse de duas parcelas de R$ 225 por animal, com limite de dois animais por pessoa.
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A primeira parcela seria paga após a adoção e a segunda após acompanhamento do animal.
O principal receio dos grupos é que a medida incentive a adoção por motivos financeiros, levando ao retorno posterior dos animais para as ruas.
“A gente tem medo que as pessoas adotem só pelo dinheiro e depois devolvam os animais”, afirma uma protetora da causa animal, que preferiu não ter seu nome divulgado.
Governo do Rio Grande do Sul diz que existem ações de fiscalização no projeto
O governo, por sua vez, garante que a microchipagem dos animais permitirá a fiscalização e até mesmo a aplicação de sanções em caso de descumprimento do acordo. No entanto, essa medida não convence os defensores da causa animal.
Em contrapartida, ao “vale-adoção”, as ONGs defendem que o investimento seja direcionado para os abrigos temporários e para campanhas educativas de adoção consciente. O objetivo é evitar que a busca por animais seja motivada apenas por recompensa financeira.
A polêmica em torno da proposta evidencia a necessidade de um debate amplo e responsável sobre a melhor forma de garantir o bem-estar dos animais resgatados das enchentes. É fundamental que as autoridades, as ONGs e a sociedade civil trabalhem em conjunto para encontrar soluções que beneficiem tanto os animais quanto os potenciais tutores.