Dados da Segurança Pública divulgados pelo governo do estado nesta sexta-feira apontam que houve redução recorde nos principais índices criminais medidos pelo Estado desde 2010.
O levantamento revela uma queda de 54% nos homicídios, 83 % nos latrocínios e 38 em Feminicídios, entre 2010 e 2024.
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Este ano encerrou com queda de 17% nos homicídios em todo o Estado. Em 2023, foram registradas 1.669 vítimas desse tipo de crime no Rio Grande do Sul, enquanto em 2024 o número de vítimas foi de 1.380.
“Pelo segundo ano consecutivo, temos o ano mais seguro da série histórica, com 2024 quebrando o recorde de 2023. Tivemos redução em todos os indicadores: homicídios, latrocínios, feminicídios e também nos crimes contra o patrimônio. Sabemos que ainda existem problemas, mas é incontestável que estamos no melhor caminho. E é inegável, o Rio Grande do Sul é um Estado mais seguro e a gente vai seguir nessa toada para garantir um Rio Grande próspero e em paz nas ruas”, afirmou Leite.
Questionado sobre o sistema prisional, exposto pela morte de um detento dentro da cadeia em Canoas, Leite ressaltou que o protocolo adotado pela segurança Pública reforça o combate a homicídios e isola lideranças das facções
“Nós estamos com ações em andamento justamente no sistema prisional com absoluta convicção de que isso vai nos ajudar a ter ainda melhores resultados. Apresentamos no final do ano passado no programa de dissuasão focada que é inspirado nas melhores práticas observadas em outros lugares para fechar o cerco contra o crime organizado, identificando com clareza os líderes de facções criminosas e os grupos mais perigosos do Estado tendo um tratamento diferenciado dentro das instituições. Há um alinhamento com o Ministério Público e judiciário também no sentido da gente que conseguir endurecer o combate a esses grupos criminosos
O que é a dissuasão focada
A medida aplicada contra a facção criminosa é baseada em teoria de um criminólogo norte-americano, chamada de dissuasão focada, que começou a ser aplicada em Porto Alegre há cerca de dois anos pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e foi expandida para o restante do Estado no ano passado.
O isolamento de presos envolvidos em homicídios dentro do Estado é a sexta das sete medidas que são adotadas em conjunto pelas polícias sempre que ocorre algum assassinato pelo crime organizado.
As ações contra a facção são adotadas de forma escalonada. A sétima medida é a transferência para unidades federais.
As ações são realizadas de forma conjunta entre as polícias sempre que ocorre algum homicídio vinculado ao crime organizado.
As sete medidas:
- Saturação de área: aumentar policiamento no local onde atua a facção. O objetivo é impedir a venda de drogas e evitar ataques entre as facções e venda de armas, entre outros crimes.
- Indiciamento de lideranças e mandantes: visa ampliar a responsabilização atingindo quem ordenou o crime e quem autorizou a execução.
- Ações pontuais: apreensão de armas, drogas e outras operações
- Revistas em presídios: aquela facção envolvida em morte sofre revistas mais frequentes em suas galerias para verificar toda a conduta
- Operações especiais e de lavagem de dinheiro: visam asfixiar o crime e retirar dinheiro, além de prender envolvidos na organização
- Transferências dentro do RS: isolamento de lideranças em unidades prisionais dentro do Estado
- Transferências federais: isolamento de lideranças nas unidades federais
Feminicídios
Os feminicídios tiveram queda de 15%, passando de 85 mortes de mulheres por questão de gênero em 2023, para 72 em 2024.
O crime é um dos mais desafiadores para a segurança pública, por ocorrer predominantemente dentro dos lares. O secretário Sandro Caron revelou que o Estado prepara um protocolo para endurecer o combate a este tipo de prática criminosa.
“A estratégia que a gente vai buscar em relação aos feminicídios é envolver outras áreas do Estado e dos municípios que costumam ser porta de entrada de mulheres agredidas para que a gente consiga ter esse alerta. O crime mais difícil do reduzir é aquele que ocorre dentro dos lares e a nossa dificuldade com os feminicídios é que quando não é denunciado previamente, infelizmente, a polícia só toma conhecimento depois que já evoluiu para uma tragédia. Eu tive uma reunião com a secretária de Saúde Arita Bergmann buscando construir em conjunto com várias áreas do Estado um protocolo contra o feminicídio e a violência doméstica. A gente pretende apresentar isso ao governador com uma estratégia diferenciada para este crime. O Rio Grande do Sul já tem uma ferramenta que é um monitoramento eletrônico do agressor, uma tecnologia que nos ajuda a fiscalizar, mas a gente sabe que o crime de violência doméstica requer uma estratégia especial”.
Outros indicadores
Os indicadores de criminalidade também encerraram 2024 com resultados nas ocorrências bancárias (-43%), nos estabelecimentos comerciais (-17%), no transporte coletivo (-45%) e no abigeato (-24%).