“Caiu a ficha dos 10 anos quando assisti o trailer do documentário” comentou Kelen Ferreira, sobre os episódios que tratam da
tragédia no dia 27 de janeiro de 2013, quando 242 pessoas perderam a vida no
incêndio da boate Kiss, em Santa Maria. A série foi inspirada no livro de mesmo nome, “Todos os dias
a mesma noite” e conta a história dos pais e de dois sobreviventes daquela
noite “sem fim”.
Emocionada, Kelen comenta sobre o resultado: “Mexeu bastante
comigo; acredito que é muito importante, a série documental, para as pessoas
saberem de tudo o que aconteceu e ainda acontece nesses dez anos”
Os cinco capítulos do seriado foram inspirados no livro da autora Daniela Arbex, que chegou a convidar Kelen para ilustrar as páginas do exemplar, porém, na época, ainda não era o momento certo para a sobrevivente. Com o passar do
tempo, Ferreira entendeu e se preparou para externar o assunto com a devida
importância e então virou uma das inspirações para as plataformas de streaming.
Quando questionada sobre o
julgamento iniciado no
dia 1°/10/21 quando os quatro réus chegaram a ser condenados pelo Conselho de
Sentença do Tribunal do Júri, a gaúcha salientou:
“Foi dito que as famílias e nós, sobreviventes, queremos
vingança, e não é isso: nós queremos justiça. Tanto pra que esses jovens que
estão começando a sair, afim de voltarem para suas famílias, e para que tenham
um lugar seguro; que possam ir e voltar pra casa”, afirmou.
Ainda falando sobre o júri, Kelen diz que a sensação na hora da leitura da sentença “foi de alívio”. Após a condenação, as partes apelaram e, em 03/08/22, a 1ª Câmara Criminal do TJRS anulou o
júri e revogou a prisão dos quatro acusados. O processo se encontra em fase
recursal.
Diante destes fatos, em forma de desabafo, a entrevistada
ainda comentou que ouve e lê julgamentos de quem sequer sabe do acontecido e que para ela, muitas pessoas deveriam ter sido responsabilizadas pela tragédia, não só os quatro
acusados.
Confira na íntegra a entrevista de Kelen Ribeiro:
