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Entrevista

“Se não houver reversão dos vetos, não recomendo o RS aderir ao Propag”

A secretária da Fazenda, Pricilla Santana, entende ainda que a regulamentação da lei pode agravar prejuízos ao Estado.

A polêmica do Propag- Em entrevista exclusiva à reportagem da Acústica FM, a secretária da Fazenda, Pricilla Santana, afirmou que a orientação da pasta, neste momento, é para que o Piratini não assine a adesão ao programa de renegociação das dívidas, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana.

Propag vira debate. Foto de arquivo. Secretária Pricilla Santana
Propag vira debate. Foto de arquivo. Secretária Pricilla Santana

Ontem, os vetos de Lula à lei aprovada (Propag) no Congresso trouxeram preocupação aos governadores de estados endividados, como o Rio Grande do Sul. Pricilla Santana entende ainda que a regulamentação da lei pode agravar prejuízos ao Estado. Confira em áudio a íntegra da entrevista:

 

 

“O veto, na minha avaliação, implicou uma ruptura do que a gente tinha acordado com a União. Ainda tem outra questão: se você observar, a lei vai ter um decreto regulamentador, ou seja, tem mais novidade para vir. Hoje, eu recomendo também aos outros estados não fazer qualquer tipo de movimento sem conhecer o decreto, porque ele pode trazer elementos surpreendentes e mais ruptura para o nosso pacto federativo”, alertou Pricilla Santana. “Se não houver reversão dos vetos, não recomendo o RS aderir ao Propag”, acrescentou.

A Secretaria da Fazenda do RS estima que o prejuízo possa chegar a R$ 6 bilhões. Em função das enchentes de 2024, o Estado teve a dívida com a União suspensa até 2027. A partir de então, voltaria a pagar de forma gradual.

“Se o Estado aderir hoje ao Propag, ele vai pagar IPCA + 2%, ou seja, mais dois bilhões de reais. Então, esse montante, pelos próximos três anos, será de R$ 6 bilhões. Nós, que tínhamos R$ 14 bilhões estimados para gastar, vamos ficar com um valor bem menor com os vetos”, destacou.

Ontem, em manifestação pelo X, o governador Eduardo Leite, que está em férias, disse que os vetos foram recebidos com “extrema preocupação e indignação”.

Os vetos presidenciais voltarão ao Congresso para reanálise dos parlamentares.

Em nota, a bancada do PT-PCdoB reagiu às críticas de Eduardo Leite (leia a íntegra no final da reportagem), afirmando que, dos 4% que deixam de ir para Brasília, 2% ficarão com o Rio Grande do Sul para serem investidos em educação profissional técnica e de nível médio, nas universidades estaduais, em infraestrutura para universalização do ensino infantil e educação em tempo integral, em infraestrutura de saneamento e habitação, adaptação às mudanças climáticas, transportes e outros 2% serão colocados em um fundo dos estados em que o Rio Grande participa.

O Propag

O programa prevê descontos nos juros e parcelamento do saldo das dívidas em até 30 anos.
Também cria um fundo de equalização federativa para compensar os estados em boa situação fiscal.
O objetivo, segundo o governo federal, é criar condições para o aumento da produtividade, enfrentamento das mudanças climáticas, melhoria da infraestrutura, segurança pública e educação, especialmente na formação profissional.

Nota oficial da bancada do PT-PCdoB na ALRS

Lula zera juros da dívida do Rio Grande do Sul!
Só o PT ajuda o Rio Grande!

Com FHC e Britto, os juros da dívida do Rio Grande do Sul com a União eram de 6%. Com Dilma, baixaram de 6% para 4%. E agora, Lula reduz de 4% para 0%.

Dos 4% que deixam de ir para Brasília, 2% ficarão com o Rio Grande do Sul para serem investidos em educação profissional técnica e de nível médio, nas universidades estaduais, em infraestrutura para universalização do ensino infantil e educação em tempo integral, em infraestrutura de saneamento e habitação, adaptação às mudanças climáticas e transportes. Os outros 2% serão colocados em um fundo dos estados em que o Rio Grande participa.

Para se ter uma ideia do que isso significa, é mais de um bilhão de reais por ano que fica no Rio Grande do Sul e não vai para Brasília. Em 30 anos, são R$ 55 bilhões.

Não surpreende, mas provoca perplexidade que o governador Eduardo Leite, que comemorou o acordo com Bolsonaro e Paulo Guedes do Regime de Recuperação Fiscal, onde o Rio Grande do Sul pagava 4% de juros, hoje critique uma lei que zera o pagamento de juros para Brasília.

Baita acerto do Lula com a sanção do Propag!
Mais uma vez, só o PT ajuda o Rio Grande!

Deputado Miguel Rossetto
Líder da bancada do PT-PCdoB