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Seca e geada afetam preços dos alimentos no mercado

O leite está entre os produtos que devem ser afetados. Foto: Pixabay
O leite está entre os produtos que devem ser afetados. Foto: Pixabay

A seca intensa e as geadas mais fortes neste ano prejudicaram a produção agropecuária no Brasil, o que reflete no preço dos alimentos no mercado. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê um volume de produção de grãos 1,2% inferior ao ano passado, apesar da área plantada ter aumentado 4%.

Segundo a Conab, a safra menor é resultado da estiagem prolongada nas principais regiões produtoras, bem como das baixas temperaturas, com geadas, nos estados da região Centro-Sul.

A cultura mais afetada foi a do milho. Além dela, a produção de trigo no Paraná deve perder 20% do volume previsto e a colheita do grão deve atrasar em 45 dias, o que pressiona os preços, segundo o presidente do Sinditrigo do Paraná, Daniel Kümmel. 

As culturas de café no Paraná, São Paulo e em Minas Gerais também foram impactadas, como informou o pesquisador do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (USP), Renato Ribeiro. Segundo o especialista, o preço do produto também deve subir.

Outra produção que sofreu com o clima adverso foi a de leite, já que a seca reduziu as pastagens e aumentou o valor da ração.

O Centro de Estudos Avançados de Economia da USP também alerta que a seca e as geadas afetaram outras culturas, como mandioca, frutas cítricas, aves, suínos e cana-de-açúcar.

O pesquisador Lincoln Alves, um dos autores do relatório do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas das Nações Unidas, divulgado neste mês, alerta que esses eventos adversos do clima devem ficar ainda mais frequentes e intensos.

Lincoln, que também é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), lembrou ainda que as mudanças climáticas são uma consequência da ação humana sobre os recursos ambientais.