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Preocupação

Secretaria estadual da Saúde aponta que 73% das mortes por dengue ocorreram em pessoas com 60 anos ou mais

A pasta divulgou uma nota informativa sobre a doença nesta quinta-feira
Foto: Fiocruz Imagens
Foto: Fiocruz Imagens

Dados apresentados pela Secretaria estadual da Saúde nesta quinta-feira apontam que 73 % das mortes por dengue ocorreram em pessoas com mais sessenta anos de idade ou mais. 

Foram utilizadas em uma análise realizada pela pasta as notificações dos primeiros 73 óbitos pela doença no ano, número que já foi atualizado para 78 durante esta semana. Segundo a SES, a quantidade de pessoas que morreram pela enfermidade ultrapassa todo o balanço do ano de 2022, quando houve 66 mortes por conta da doença.  

Os óbitos de 2024 computados até agora ocorrem com mais incidência na população acima de 60 anos, como um fator biológico importante. Entre as mortes descritas na avaliação, 73% delas ocorreram entre pessoas desta faixa etária ou mais

Esses dados fazem parte de uma nota informativa publicada nesta quinta-feira pela secretaria estadual da Saúde, sobre o perfil dos óbitos por dengue no Rio Grande do Sul. As informações, compiladas pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), apontam recomendações à população e aos profissionais de saúde sobre uma maior atenção aos sintomas e ao tratamento previsto nos protocolos.

 “A avaliação do perfil epidemiológico dos óbitos é importante para a assistência e os serviços de saúde estarem atentos.  Se é um paciente idoso, a gente tem que ter um olhar mais apurado para o tratamento, porque a gente sabe que essa faixa etária é a que mais evolui para óbito, no RS nós temos uma população muito grande de idosos”, destaca a bióloga Valeska Lizzi Lagranha, especialista em Saúde, do Programa de Arboviroses do Centro em Vigilância em Saúde do Estado (CEVS),

Os sintomas mais frequentes entre os óbitos são: febre (62%), dor muscular (58%), dor de cabeça (43%) e náuseas (43%). As doenças preexistentes mais relatadas foram hipertensão (56%), diabetes (18%), cardiopatia (18%) e doença pulmonar obstrutiva crônica (16%). Não houve relato de comorbidade em 16% dos casos de morte. “A busca tardia por atendimento e o manejo não totalmente adequado em relação aos protocolos nas unidades de saúde também são fatores relevantes para esses desfechos”, relata Valeska.

A nota informativa também descreve quais são os principais sinais de alerta da doença, ou seja, aqueles quadros que indicam que a doença está ficando mais grave, estando a pessoa já internada ou não.

Entre os óbitos, os mais comuns foram a plaquetopenia (diminuição do número de plaquetas no sangue) e a hipotensão postural e ou lipotimia (sensação de tontura, decaimento, desmaio), presentes em 53% e 47%, respectivamente. Também foram apontados no relato dor abdominal intensa (34%) e letargia ou irritabilidade (32%).

Para os casos que evoluíram para dengue grave, os sinais e sintomas mais frequentes foram pulso débil ou indetectável (49%), extremidades frias (48%), taquicardia (42%) e hipotensão arterial (42%). A dengue grave é caracterizada pelos quadros que apresentam choque ou desconforto respiratório em função do extravasamento grave de plasma, sangramento grave ou comprometimento grave de órgãos do sistema nervoso central (alteração da consciência), do coração (miocardite), dano hepático importante e outros.

 

Os seguintes fatores foram identificados como causas que podem levar ao óbito por dengue:

 

  1. O não reconhecimento dos sinais de alarme pela população e pelos profissionais de saúde;
  2. Procura tardia do paciente pelo serviço de saúde;
  3. Manejo clínico inadequado;
  4. Procura por várias vezes aos serviços de saúde;
  5. Dificuldade de acesso;
  6. Hidratação inadequada ou insuficiente;
  7. Ausência da classificação de risco para dengue (conforme fluxograma estabelecido pelo Ministério da Saúde);
  8. Não realização de hemograma ou em número abaixo do indicado na classificação de risco;
  9. Resultados de hemogramas em tempo inoportuno para auxiliar no manejo e reclassificação do paciente ou o paciente ser liberado antes de sair o resultado do exame.