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Precarização

Sindicato aponta que falta de mão de obra qualificada agrava falhas no serviço prestado pela CEEE Equatorial

No entanto, presidente do Sinergisul afirma que a culpa não é dos trabalhadores, mas da  terceirização promovida pela concessionária 
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 Há três dias sem energia elétrica, Porto alegre se revolta contra a má qualidade do serviço prestado pela CEEE Equatorial.  A Brigada Militar já registrou ao menos 25 protestos em diversas áreas da cidade durante esta quinta-feira. 

Em conversas com a reportagem nesta semana,  a população nas ruas reclama que não vê as equipes da concessionária atuando. Já a empresa, afirma que resolveu o problema em mais de 70% das residências na região metropolitana de Porto Alegre e pediu um voto de confiança aos gaúchos.  A concessionária divulgou um vídeo quase teatral produzido pelo marketing, afirmando que estava trazendo reforço para as equipes da Equatorial. 

No entanto, o Sindicato dos Eletricitários do RS aponta que a falta de mão de obra qualificada é a principal causa para agravar o serviço ruim prestado pela CEEE Equatorial,

De acordo com o presidente do Sinergisul,  Antônio Silveira, a empresa optou pela terceirização e até quarteirização na maioria dos casos, em vez da contratação direta dos trabalhadores.  A entidade de classe salienta que esses contratados não têm preparo técnico para exercer funções específicas.  A própria empresa deveria oferecer a capacitação aos empregados. 

Silveira relata também que muitos vêm de fora do Rio Grande do Sul com salários mais baixos do que os oferecidos pela antiga CEEE estatal. Muitos deles não conhecem as regiões afetadas pelos temporais e ciclones, o que acarreta a demora no restabelecimento da energia.  

O dirigente, no entanto, frisa que não é culpa dos trabalhadores a má qualidade dos serviços da concessionária. Antônio Silveira estima que para a atividade fim(restabelecimento de energia), mais de 90 % da mão de obra da empresa seja terceirizada.  Por isso, o sindicato não consegue representar essas pessoas.

“Há falta de conhecimento técnico dos trabalhadores que estão aqui, e não é culpa deles. Mas a Equatorial, quando assumiu após a privatização, fez um PDV (Programa de Demissão Voluntária), em que mil funcionários foram retirados da empresa. Eles tinham alto conhecimento técnico e anos de experiência. Quase toda a atividade foi terceirizada, mas recebemos muitos pedidos de socorro desses trabalhadores. Eram simplesmente jogados para trabalhar na rede, sem conhecimento. Então, não adianta largar um trabalhador, um eletricista, para fazer uma atividade se ele não sabe fazê-la”, destacou em entrevista à Acústica FM, nesta quinta-feira.

CPI na Assembleia e na Câmara

Dois movimentos políticos começaram a buscar assinaturas para abrir comissões parlamentares de inquérito (CPIs) na Assembleia Legislativa e na Câmara de Vereadores de Porto Alegre para investigar a atuação da CEEE Equatorial. As iniciativas são capitaneadas, respectivamente, pelo deputado Miguel Rossetto (PT) e pela vereadora Cláudia Araújo (PSD).

Na Assembleia Legislativa, a abertura de uma CPI depende da assinatura de ao menos 19 dos 55 parlamentares estaduais. Rossetto não detalha a quantidade de apoios articulados

No Legislativo de Porto Alegre, o movimento da Vereadora Cláudia Araújo tem como argumento central investigar a qualidade das podas preventivas realizadas pela CEEE Equatorial em árvores da Capital.  As doze assinaturas necessárias foram colhidas nesta quinta entre os 36 vereadores.