Já são 13 as cidades de Santa Catarina atingidas por atentados nos últimos cinco dias. São elas: Florianópolis, Blumenau, Itajaí, Navegantes, Gaspar, Balneário Camboriú, Itapema, Palhoça, São José, São Pedro de Alcântara, Criciúma, Tubarão e Tijucas – as duas últimas incluídas no balanço de hoje. Mais um ônibus foi atacado às 11h desta sexta (16), na localidade de Sertão do Imaruí, perto da penitenciária de São Pedro, na Grande Florianópolis. A PM informou a prisão em flagrante de um suspeito do ataque. Não houve feridos.
Nesse quinto dia de violência, a PM de Santa Catarina registrou nove incidentes, desde às 20h40 de quinta-feira (15) e o amanhecer desta sexta. Foram menos do que os 13 de quarta e os 16 de terça, até então o dia mais agitado. Mas foram mais violentos, com três mortes.
O nível de violência aumentou na quinta, com a morte de três suspeitos em confrontos com a PM. As mortes ocorreram em Itapema, às 17h30, e em Tijucas, às 22h30. Segundo a PM, os dois incidentes estão relacionados. Os dois mortos em Tijucas, Lucas dos Santos e Rodrigo da Silva, estariam viajando de Florianópolis para Itapema (70 km ao norte) para vingar a morte de Jeferson Belo, baleado durante perseguição policial seis horas antes. Belo era suspeito de ter incendiado um ônibus na cidade, às 16h.
A Polícia Civil descobriu o plano de vingança e alertou a PM. Eles foram descobertos e mortos em tiroteiro numa barreira em Tijucas, a cerca de 30km de Itapema. Ainda na quinta, cinco ônibus foram incendiados e 13 pessoas detidas. Agora já são 36 os presos desde o início da onda de violência, na segunda-feira (12).
Ao amanhecer de hoje, mais um crime. Motoqueiros atacaram um ônibus em Palhoça, na Grande Florianópolis. Eles não conseguiram parar o veículo e se contentaram em apedrejá-lo, fugindo antes da chegada da PM.
A força-tarefa policial criada pelo governo do Estado ainda não identificou os mandantes e nem o nível de coordenação dos cerca de 50 ataques realizados em 13 cidades. Para fazê-lo, a polícia montou uma segunda força-tarefa dentro da penitenciária de segurança máxima de São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis.
Setenta presos estão sendo interrogados desde quarta (14) para tentar identificar membros da facção PGC (Primeiro Grupo Catarinense), suspeitos de comandar de dentro do presídio a maioria dos ataques na rua.
O governador Raimundo Colombo criou um gabinete de crise no palácio residencial da Agronômica, com a cúpula da segurança pública. De lá, ele dá entrevistas tranquilizadoras em quase todos os telejornais, afirmando que o Estado tem condições de enfrentar a bandidagem. Por enquanto, o governador descarta a necessidade de apoio do governo federal.
O governo também anunciou a mudança no comando do presídio de São Pedro. Depois da saída de Carlos Alves, na quarta, em meio a denúncias de tortura, o segundo dele, Renato Silva, foi nomeado diretor. Silva assumirá segunda, em meio à expectativa da reação dos presos.