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Supersafra de soja expõe deficiência de armazenagem no RS

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A safra que surpreendeu até mesmo os mais otimistas, devendo chegar à marca recorde de quase 18 milhões de toneladas de soja, evidenciou no Rio Grande do Sul uma deficiência que em outros Estados já é histórica. Embora ainda em situação privilegiada em relação às demais regiões brasileiras, o setor de armazenagem do Estado não foi capaz de absorver a colheita.

A produção gaúcha neste ano superou em 15,4% a capacidade estática de recebimento — provocando um corre-corre em empresas e cooperativas.

Iniciada envolta ao temor do La Niña e com o preço nas alturas, a safra gaúcha de soja chega perto do fim com cotação bem distante dos quase R$ 90 por saca recebidos pelo produtor em meados de 2016. Com o preço abaixo dos R$ 60 em abril, o grão está sendo colhido e armazenado — exceto o volume negociado em contratos fixados no ano passado.

Sem ter onde colocar tanto produto, situação agravada pelos altos estoques de milho e trigo ainda não vendidos, foi preciso recorrer ao improviso. Armazéns que serviam de depósito de insumos e outros produtos foram esvaziados para abrigar soja, silos-bolsa se multiplicaram e cargas foram apressadas em direção ao porto de Rio Grande. Em alguns locais, as medidas foram mais extremas, com depósito da supersafra em piscinões a céu aberto.

A situação também transformou carrocerias de caminhões em silos móveis a custo muito alto. O preço do frete nesta época em direção ao porto praticamente dobrou — passando de R$ 100 a tonelada nas principais regiões produtoras do Estado.

— Essa falta de armazéns gera um estresse grande. É muito bonito anunciar que o Brasil irá colher uma safra recorde, mas é preciso ter estrutura para atender a esse volume. No fim alguém paga essa conta — assinala Vicente Barbiero, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (Acergs).