Quatro homens foram presos em uma operação da Polícia Civil, nesta terça-feira, no condomínio Princesa Isabel, no bairro Azenha, em Porto Alegre.
Dois deles são apontados como autores de um ataque a tiros que deixou três mortos e quase 30 feridos em um bar, na zona Sul, em 2022.
Eles eram os principais alvos da ação. Os outros foram detidos em flagrante por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de uso restrito.
A ofensiva ocorreu sob o comando da Delegacia de Capturas, vinculada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). Cerca de 50 agentes participaram das diligências.
O objetivo era prender uma dupla de foragidos. Eles teriam efetuado mais de 50 disparos de arma de fogo contra os frequentadores de um bar, no bairro Campo Novo, na zona Sul da Capital, há pouco mais de dois anos.
Um terceiro suspeito de ter atuado como atirador segue preso desde o ano passado.
Os dois alvos da operação de hoje chegaram a ser presos em outubro de 2022, mês seguinte ao atentado, mas receberam o benefício de responder em liberdade provisória.
Eles fugiram em abril do ano passado, após a revogação da medida. Desde então, ambos permaneciam escondidos no condomínio Princesa Isabel.
Segundo a polícia, foram quatro meses de apurações para localizar o paradeiro dos fugitivos. A polícia pontua que os suspeitos costumavam alternar os apartamentos onde dormiam para evitar ações policiais.
Relembre o ataque a tiros na zona Sul
O atentado foi registrado na noite de 4 de setembro de 2022. Na ocasião, tripulantes de dois veículos atiraram com pistolas e espingardas na direção de um bar, que promovia um show de pagode para comemorar um ano de abertura. Havia 80 pessoas no estabelecimento.
Mulheres e crianças estavam entre os baleados. De acordo com a PC, mais de 90% das pessoas que estavam no local não tinham qualquer envolvimento com o crime organizado.
Uma das vítimas foi Prisciele Leticia Castilhos Farias, 29 anos, morta com um disparo na cabeça. A filha dela, de 4 anos, também foi baleada, mas sobreviveu. Também morreram Dabson Jordan Simões de Moura, 23 anos, e a adolescente Manoela Yres Campos, de 17 anos. Outras 27 pessoas ficaram feridas.
Cinco indiciados por atentado
Conforme a investigação, o ataque foi orquestrado por uma organização criminosa com base no Vale do Sinos. O motivo seriam as dívidas que uma facção da zona Sul mantinha com o grupo, além da perda de um ponto de tráfico no entorno do Postão da Cruzeiro.
Foram indiciados cinco suspeitos. Eles respondem por três homicídios consumados, com qualificadores de vingança e impossibilidade de defesa das vítimas, 27 homicídios tentados e por formação de quadrilha.