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Suspeitos de ordenar construção de túnel para fuga da Cadeia Pública de Porto Alegre são denunciados pelo MP

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Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou, nesta terça-feira (17), cinco suspeitos de terem determinado a construção de um túnel de acesso à Cadeia Pública de Porto Alegre, o antigo Presídio Central, para facilitar as suas fugas e de outros detentos.

Tiago Benhur Flores Pereira, Fábio Roberto Souza Nunes, Fabrício Santos da Silva, Antônio Marco Braga Campos e Juliano Biron da Silva responderão por constituírem e integrarem organização criminosa e facilitação de fuga.

Pereira e Campos também foram denunciados por lavagem de dinheiro. De acordo com o MP-RS, os crimes foram praticados com aporte financeiro e de recursos, materiais, veículos e bens imóveis, utilizados pela organização para a execução da obra.

Os demais comparsas já haviam sido denunciados e condenados pela Justiça. Eles foram presos em flagrante dentro da obra do túnel, em fevereiro de 2017.

Meses depois, em julho, a 1ª Vara Criminal do Foro Regional do Partenon condenou outros nove réus pelos crimes de organização criminosa e promover ou facilitar fuga de presos. Eles foram denunciados porque participaram da construção do túnel.

Conforme o MP-RS, a única condenada a cumprir pena em regime fechado é Cíntia Santos de Paula, que recebeu cinco anos e nove meses de reclusão. Outros oito presos também foram condenados, mas cumprem pena em regime semiaberto.

Foi determinada, ainda, a recuperação de duas caminhonetes em favor do estado, já que os veículos foram utilizados na prática dos crimes. Neste caso, não há possibilidade de apelação.

A Operação Túnel Santo foi realizada em fevereiro deste ano pelo Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc), após três meses de investigação. A ação aconteceu antes de o túnel chegar à Cadeia Pública de Porto Alegre. Naquele dia, oito pessoas foram presas.

Testemunhas disseram que a intenção era que mais de 1 mil presos pertencentes a uma facção criminosa fugissem. Faltavam aproximadamente 40 metros para a conclusão do plano de fuga.

Para não despertar atenção das autoridades, a terra retirada era armazenada dentro dos imóveis. Os “tatus” eram pagos com, no mínimo, R$ 1 mil semanais cada um, além de moradia em outra cidade, transporte até o trabalho e alimentação durante a escavação, pagos pelos contratantes.

A Polícia Civil estima que tenha sido gasto cerca de R$ 1 milhão para a construção do túnel. “Coloca-se a compra da residência, o financiamento em turno integral de no mínimo oito funcionários, o bombeamento de água, equipamentos caros como ares-condicionados portáteis que colocaram no túnel, o uso de diversos carros, e se chega a R$ 1 milhão”, explicou à época o delegado Rafael Pereira, da 3ª delegacia do Departamento de Investigações.